Capítulo 178

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|Narração Ana Beatriz|

Soltei um longo suspiro ao ver aquela cena, Gabriele sentada na cama em uma posição bastante confortável, enquanto o Caio estava de pé em frente ao seu guarda-roupa.

O que ela estava fazendo aqui?

— Com licença... — passou por mim saindo do quarto.

Engoli em seco soltando as sacolas na cama, eu estava tão feliz que a Andreia tinha ido comigo fazer as primeiras compras do bebê.

Alguns dias atrás fui ver o meu bebê pela primeira vez, não dava pra ver o sexo ainda, mas só de saber que ele estava dentro de mim, meu coração se enchia de alegria.

Depois do que eu passei há alguns meses atrás, estar segurando esse bebê é a maior glória pra mim, eu não podia correr o risco e sofrer um aborto mais uma vez.

— Amor... — Caio se aproximou de mim. — Eu juro que não é nada disso do que você está pensando.

— Eu sabia que você iria dizer isso... — revirei os olhos tirando as primeiras roupinhas do meu bebê da sacola.

— Bia... Essa garota é louca, ele está dando em cima de mim desde o dia que chegamos aqui, mas eu sempre deixei bem claro que eu estou com você e que ela não me interessa!

— E porque ela estava aqui se você disse tudo isso? — perguntei sem ao menos olhar para ele, eu não queria bancar a louca ciumenta, mas o medo de sofrer de novo e de perdê-lo falava mais alto, eu estava tão feliz, ele estava me fazendo tão bem, porque as coisas não podem continuar boas assim?

— Ela me seguiu Bia... Eu juro pra você, eu não tenho nada com aquela garota, pelo amor de Deus. — implorou parando do meu lado.

Seus olhos caminharam pelas roupinhas em cima da cama, e eles brilharam. Caio tinha os olhos marejados, ele estava muito desesperado para me explicar o motivo da Gabriele estar aqui.

Eu estava tão insegura quanto a isso que não conseguia acreditar facilmente em suas palavras, o medo de sofrer tudo de novo falava mais alto.

— Caio, você mais do que ninguém sabe o quanto eu sofri com o Barcelos, eu vim para o Japão para recomeçar a minha vida, e não para sofrer de novo. — suspirei soltando as mãos ao lado do corpo

— Eu sei amor, eu sei... Mas eu não quero te fazer sofrer, e nem vou. Essa garota é surtada, acredite, eu jamais faria algo para te machucar, por favor, acredita em mim. — juntou as mãos em frente ao peito, ele me olhava com os olhos marejados, quase chorando.

— Vamos tem que achar um lugar pra gente, não vai dar pra ficar aqui com essa garota dando em cima de você a todo o momento. — murmurei impaciente.

— Sim Bia, eu também acho, ficar na casa dos outros nunca dá certo. Mas olha... — colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Eu sai entregar alguns currículos hoje, vamos aguardar, assim que eu consegui um emprego, alugamos um lugarzinho para a gente.

— Tá bem... — sorri de canto. — Andreia tem uma boutique, ela ofereceu uma vaga para mim, pois a ultima moça que trabalhou lá ganhou bebê, e está de licença... O que você acha?

— Bia, se eu já tivesse arrumado algo e ganhasse bem eu diria para você não ir, eu sustentava todos nós numa boa, mas todo o dinheiro agora é bem vindo... Se não for um trabalho pesado eu digo para você ir, até a gente se estabilizar aqui. — beijou o topo da minha cabeça.

— Vou aceitar então, até estarmos bem financeiramente.

Ele sorriu me dando um beijo, mostrei as roupinhas do nosso bebê e ele estava muito empolgado com a ideia, quando eu digo nosso, é porque será nosso sim, Caio já deixou bem claro que será o pai que esse bebezinho precisa, mesmo sem eu ter pedido nada disso para ele.

Almoçamos e a tarde ele saiu para entregar mais currículos, enquanto eu fiquei em casa com Andreia. Quem cuidava boa parte do tempo da Boutique eram suas duas filhas, o que me causava um pouco de receio em aceitar o emprego, depois do que eu soube da Gabriele fiquei um pouco receosa, mas não quero criar confusão com a sua família, afinal eu estou aqui de favor.

Andreia me convidou para ir conhecer a loja, como não tínhamos nada para fazer no resto da tarde, aceitei numa boa, amanhã eu já começaria a trabalhar. Assim que entramos fomos recebidas por Fran e Gabriele, nem preciso dizer que ela me olhou dos pés a cabeça como sempre não é?

— Que surpresa vocês aqui! — Fran disse empolgada.

— Eu vim trazer a Bia conhecer o seu novo emprego. — Andreia disse, e Gabriele nem disfarçou se descontentamento ao ouvir isso.

— Como é? — arqueou uma sobrancelha.

— É querida, a Bia vai ficar no lugar da Bruna enquanto ela estiver de licença. — disse animada.

— Não mãe!!! Eu não quero essa garota aqui na loja. — disse firme e Andreia alternava o olhar entre nós duas sem entender nada.

— E porque não Gabriele? Não estou entendendo... — Andreia disse confusa.

— Nem eu estou a Bia é uma pessoa incrível Gabi. — foi à vez de Fran dizer algo.

— Mas eu sei o motivo, ela quer o Caio... Deve ser esse e sabe-se lá quais outros motivos que a fez me odiar desde o dia em que eu pisei na casa de vocês. — dei de ombros a encarando, ela por sua vez me fuzilou com os olhos.

— Cala a boca, você não sabe o que está dizendo. — retrucou com raiva, pela sua reação podia se concluir que era verdade o que eu estava dizendo.

— Gabi, isso é verdade? — sua irmã perguntou incrédula.

— É sim! Eu não fui com a cara dessa sonsa mesmo, nós duas no mesmo lugar não irá dar certo. — afirmou e eu assenti.

— E a parte que você quer o namorado dela também? — Andreia perguntou com a voz falha, acho que ela não conhecia a filha que tinha em casa.

— Sim, mas ele é um bobo apaixonado por ela, nem se quer me deu bola. — revirou os olhos nos dando as costas.

— Ai Bia... Que vergonha, me perdoe por isso. — Andreia disse corada.

— Está tranquilo, o problema não é você, e sim ela. — murmurei respirando fundo.

— Eu vou conversar com ela, com licença. — Fran disse sem jeito e eu assenti.

O clima que eu estava para conhecer a loja foi por água abaixo, Gabriele literalmente conseguiu destruir o meu dia de uma forma que nem eu sei explicar, então decidi ir embora.

Andreia me levou pra casa afinal eu não conhecia nada ali no Japão.

Quando cheguei a casa não havia ninguém além de mim, deitei na cama e ali fiquei até a dor abaixo da barriga passar, toda vez que eu ficava nervosa ou me estressava isso acontecia, e eu morria de medo que algo acontecesse com o meu bebê.

Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora