Bucky Barnes 121

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Quando Steve resgatou Bucky e trouxe para o complexo, todos sabiam que seria uma adaptação complicada. Tony ainda era receoso com o homem, e não se podia julgar; Natasha, apesar de ser compreensiva, ainda observava Bucky com um olhar suspeito;  Sam e Steve tratavam ele como se fosse quebrar em qualquer segundo; Clint e Bruce felizmente pareciam lidar com ele de forma neutra, afinal, os dois já não ficavam muito no complexo, com Clint se aposentando e Bruce tentando criar harmonia com Hulk, nenhum deles passava muito tempo ali. E claro, Wanda e Visão ainda estavam no ano sabático que tiraram juntos, e sinceramente, nenhum ali acreditava que eles iriam voltar a não ser que fosse necessário. E isso nos trás para Sn, que observava sempre as ações do antigo Soldado Invernal.

Ela via como ele sofria em silêncio, passando noites acordado por medo de suas memórias, se mantendo recluso e distante de todas as interações sociais. Ela via o quão profundo o trauma que ele sofreu, impregnando em seu cérebro, a sensação que ele jamais estaria livre, que sempre seria um fantoche e sempre seria um assassino. A forma que ele se retraia e tensionada com barulhos altos, como ele tinha medo de usar qualquer coisa elétrica, com medo de levar choque. E o que mais a chamava a atenção, era como ele evitava todo e qualquer contato físico. Quando Steve estendia a mão para ele, James tinha um reflexo de abaixar sua cabeça, quando Sam comemorava algo com um "toca aqui", ele fechava seus olhos e ficava tenso, como se esperasse pela dor. Quando Steve tentou abraça-lo, o pobre homem pulou para longe, antes de começar a pedir desculpas sem pausa, e se retirar para seu quarto.

Sn via a dor nos olhos dele, e não podia deixar de sentir por ele.

Ela se lembra como era estar naquele mesmo lugar, afinal, quando foi resgatada da sala vermelha ela reagia igual, ainda sob os efeitos dos feromônios que Dreykov utilizava, forçando que a e comportasse como uma mulher submissa e sem reação, sem poder se defender ou pedir ajuda, e ainda por cima, ser controlada para fazer coisas terríveis. Ela entendia perfeitamente como era estar no lugar dele.

Por isso, que diversas vezes tentou se aproximar, tentou conversar e trazer o mínimo de  normalidade para a situação, entretanto, todas as vezes que tentava, James parecia se tornar mais e mais recluso.

Ela sentia seu peito apertar a cada grito que ouvia na madrugada. Sentia o desespero dele quando via qualquer tipo de interação social, principalmente aquelas que envolviam qualquer toque. Era óbvio para quem tivesse olhos que James havia feito a terrível associação de toque com dor. E aquilo somente trazia dor no coração de Sn.

As noites em que ela não o ouvia gritar nas madrugadas, significava que ele passava a noite em claro, com medo das suas próprias memórias voltando, com receio de lembrar de mais e mais vítimas que ousaram estar no caminho da HYDRA, pessoas inocentes que foram feitas de estatísticas de crimes sem resposta, números na história, tal qual, uma vez ele foi. Apenas um número, primeiro no exército e depois nas mãos da HYDRA, um número, uma arma.

E nessas noites em claros ela sabia exatamente onde ele estava, na cozinha do complexo.

Na primeira vez que encontrou ele ali, assim que aqueles olhos azuis oceânicos se cruzaram com os seus, viu o desespero escorrendo em formato de lágrimas, a dor explícita naquele olhar profundo. Tentou puxar alguma conversa, mas ele pareceu amedrontado demais para corresponder. Ele não disse uma palavra, apenas limpando suas lágrimas com sua mão, e saindo da cozinha. Na manhã seguinte, a porta do quarto dele permaneceu trancada por dois dias seguidos, como se ele estivesse se castigando.

Aprendendo com seu próprio erro, das outras vezes que encontrou ele na cozinha, não disse uma úncia palavra, passando pelo homem como se ele não estivesse ali, fazendo seu chá como se não sentisse aqueles olhos melancólicos te observando, implorando por ajuda mesmo que não estivesse pronto para receber.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora