A noite estava calma, calma até demais se querem saber. Parecia que toda a cidade estava mais quieta que o normal, como se algo estranho estivesse prestes à acontecer.
Sn havia chegado em seu apartamento cansada do longo dia de trabalho, o céu já estava escuro, e dentro de seu apartamento, estava mais escuro ainda, entretanto, como um costume idiota que tinha, não ascendeu as luzes assim que entrou, ao invés, quis fechar a porta, trancar, e por fim, ascender as luzes.
Sua garganta soltou um dos mais altos gritos ao ver o homem em seu apartamento. Ele não era desconhecido, já havia conversado com ele antes nas poucas vezes que ele foi no centro de veteranos onde trabalhava, Sam havia lhe contado a história dele, não era pra menos que ele falava tão pouco.
Porém, nas poucas vezes que conversavam, nas poucas vezes que ele ia atrás de seu tratamento para as dores em seu ombro, Bucky parecia ser um homem gentil, amigável, caloroso, amoroso e tímido talvez. Apesar de Sam sempre dizer que ele só era daquele jeito com você, já que com os outros, ele nunca mostrava sorrisos ou sequer permitia que alguém tocasse em seu ombro, mas sempre respondia que ele só permitia que tocasse no ombro dele, por que era, literalmente seu trabalho ali. Cuidar dos veteranos, reabilitar eles à terem uma vida normal de volta.
Se lembra dos olhos de Bucky, como eles tinham tons azuis mais lindos que já pode ver, contendo neles, mais do que as cores, e sim, sentimentos: culpa, dor, ressentimento, angustia, alívio, esperança. Adorava ver como aqueles olhos podiam transmitir tantos sentimentos.
Entretanto, aquele homem ali, não tinha os mesmo olhos de Bucky. Podia ter o mesmo rosto que ele, podia ter os cabelos compridos, a barba por fazer, as dog tags em seu pescoço, podia até mesmo ter o braço de metal preto e dourado. Mas ele não era o Bucky.
Aqueles olhos carregavam sentimentos diferentes. Carregavam a dor, a angústia, o medo, a confusão, o pavor.
Seu grito foi cortado com a mão de metal em sua boca. Seus olhos apavorados tentavam entender o que estava acontecendo, por que ele estava ali. Bucky simplesmente levou seu indicador direto para seus lábios, fazendo um pequeno sinal como se pedisse para ela não gritar.
Sn, apesar de apavorada, sentia que ela não era a única com medo ali. Talvez Bucky estivesse ali porque queria ajuda. Talvez ele precisasse de ajuda. Ela então balançou a cabeça, concordando em fazer silêncio, e só ai, Bucky tirou sua mão do rosto dela.
Entretanto, ele não falou nada, apenas a olhou atento, como se não esperasse que ela fizesse realmente silêncio.
Sn o observou mais ainda, percebendo mais e mais que Bucky não se parecia com Bucky. Se é que isso faz algum sentido.
Ela notou como a postura dele estava diferente, até mesmo o modo de se vestir. Bucky sempre escondia seu braço, até mesmo nas sessões de tratamento, ele pedia para irem num lugar mais reservado possível, e até mesmo, pedia que cobrisse o metal com um lençol, não querendo que ninguém visse. Já aquele homem, não. Ele estava de camiseta, mostrando seu membro sem se preocupar. Entretanto, havia algo mais interessante que sua camiseta, Bucky usava calças de moletom e nenhum sapato, era como se ele tivesse levantando da cama e fugido às pressas.
- Bucky? Você está bem? - ela perguntou baixo, sua voz tremendo em medo, mas também, ela estava preocupada com o que tinha acontecido pra ele ficar assim.
O homem não respondeu, ao menos, não de imediato. Parecia confuso com sua fala, principalmente quando chamou ele pelo nome, ou apelido, na qual, antes ele pedia para você chamar ele assim.
- mas seu nome é James... - comentou enquanto caminhava com ele até sua sala privada, para começar o tratamento.
- sim... Mas ninguém me chamar assim... - ele respondeu de cabeça baixa, andando logo atrás de Sn.
- bom... Prefere Sargento Barnes? - questionou vendo ele se sentar na maca, tirando a jaqueta e a camiseta como rotina.
- Bucky.
- o que? - perguntou com um pequeno sorriso confuso.
- todos me chamam de Bucky... Eu... Eu queria que você me chamasse de Bucky também. - ele falou olhando no fundo de seus olhos.
- tudo bem, Bucky... Alguma dor diferente da usual? - perguntou como de rotina, fingindo não ver o sorriso que ele deixou escapar por usar o apelido.
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IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE III
FanfictionContinuação do primeiro, segundo e terceiro livro! Esse livro se trata de fanfics escritas por mim sobre diversos personagens. Tais histórias podem conter conteúdos adultos. Histórias com gatilhos mais pesados serão advertidas no começo no capítulo...