Bucky Barnes 95

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Ainda se lembra quando tudo começou, os gritos, as pessoas desesperadas correndo pelas ruas, o pânico instaurando no ar. Se lembra de estar em seu apartamento quando tudo começou, quando viu as notícias pela primeira vez, dizendo que algo terrível estava acontecendo, mas que os Vingadores já estavam no local, se preparando para a luta. E logo em seguida, as notícias dizendo que eles falharam, que agora, estavam sendo levados para longe do campo de batalha, indo para o campo de quarentena. E então, um silêncio nos noticiários, telefones, internet, tudo em silêncio, o primeiro sinal que algo horrível estava acontecendo.

Uns acreditam que o campo de quarentena foi um erro, que colocar todos os infectados e não infectados no mesmo lugar, foi um erro. Que por causa disso, o campo foi quebrado, libertando um terrível exército de mortos vivos pelas ruas.

Ela fez de tudo para se manter segura, trancando sua única porta de entrada, colocando ainda o sofá em sua frente, tendo certeza que não iria abrir caso os mortos tentassem. Sn se preparou da melhor  forma que podia pensar, tirando todas as armas que poderiam ser usadas, facas, tesouras, canivetes, tudo que fosse cortante. Ela teve sorte que sua dispensa ainda estava cheia, pelas compras no começo da semana, ao menos, poderia esperar até o caos diminuir para sair nas ruas. Sn foi esperta, enchendo diversos recipientes de água, antes que a mesma acabasse.

E assim, ela fez sua pequena fortaleza, se protegendo contra os mortos vivos que andavam nas ruas.

Sn ainda tinha esperança que alguém iria salvar todos, se não os Vingadores, talvez os outros heróis... Homem Aranha, os magos que moravam descendo a rua de seu apartamento, Homem Formiga e a Vespa, o rei de Wakanda... Tinha que existir mais, tinha que existir algum herói sobrando, tinha que existir alguém que iria salvar.

Os dias se passaram, e Sn continuava sentada sobre a janela de seu apartamento, agora, sem luz ou água encanada, somente vivendo a partir da sua dispensa e a água que tinha estocado. Ela fez de um pequeno caderno de anotações, seu passatempo, ali anotava o que via nas ruas, como aqueles monstros eram, como eles pareciam não se importar com seus machucados em seus corpos, com as feridas que os outros  causavam neles. A única coisa que poderia parar eles, era quando alguém acertava sua cabeça, e aquele monstro caia finalmente sem vida.

Era estranho se pensar que tudo isso aconteceu há tempos atrás, agora, seu apartamento não era mais seguro, ficar parado no mesmo lugar era perigoso, ela não teve escolha a não ir para a rua, e lá foi onde ela mais aprendeu. Fugir dos mortos era fácil, fugir dos vivos que restavam, era horrendo. Ela viu com seus próprios olhos do que eles eram capazes, matando seus próprios companheiros por pura maldade, deixando eles de comida para os mortos. Sn aprendeu que estar sozinha naquele mundo apocalíptico era melhor do que estar em um grande grupo.

Ela aprendeu uma forma de se camuflar entre os mortos, aprendeu que eles não enxergavam, seus olhos esbranquiçados pela decomposição de seus próprios corpos, restando apenas seu olfato aguçado e sua audição. Com isso, ela poderia se mascarar entre roupas sujas de lama, disfarçando seu cheiro, e ficar totalmente em silêncio.

Ela andava nas ruas de cabeça baixa, passando entre os mortos sem nunca ser notada, ao menos, era o que ela pensava.

Em um dia, Sn andava pelas ruas, procurando algum lugar que pudesse ser seguro para ela descansar depois de longos dias andando, os mortos vivos ao seu lado andavam sem rumo, famintos por alguma coisa, qualquer coisa viva.

Entretanto, algo chamou a atenção da mulher, um morto vivo caindo bem em sua frente, com um buraco de bala em sua cabeça. E depois outro, ao seu lado, e mais outro. E antes que ela pensasse, sentiu uma dor excruciante em seu braço, fazendo ela gritar antes de tapar sua própria boca, mas era tarde, os mortos sentiram o cheiro do sangue escorrendo da ferida em seu braço, ouviram seu grito de dor, anunciando que estava viva e que era uma bela refeição.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora