Sam Winchester 4

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Sn sentia que tinha algo errado ali, era óbvio que tinha algo errado, mas não no nível errado comum de um caçador, algo mais estranho do que estavam acostumados. Um casal havia se devorado, literalmente, se devorado, outro, haviam cometido homicídio e suicídio, além das mortes completamente estranhas que tinham registrado, dezenove orvedoses, sete suicídios desde quinta feira. E, o que Sn achou ainda mais bizarro, Castiel devorando hambúrgueres sem sequer parar para mastiga-los.

Era a fome. O segundo cavaleiro que encontravam.

Entretanto, não era o cavaleiro que trazia medo pra Sn, e sim, o que ele trazia nas pessoas. Especificamente, uma pessoa, Sam.

Ela tinha notado que ele estava estranho, com as mãos tremendo e suando frio desde que havia matado aquele demônio e trazido a alma humana para o hotel. Não demorou muito para que ela entendesse que tipo de fome Sam sentia.

- a cidade vai sofrer com a fome até todos morrerem? - Sam perguntou passandi a toalha em sua testa de novo, tentando acalmar seu corpo.
- sim. - Castiel respondeu. - como vocês pararam o último cavalheiro? - ele perguntou pegando mais um hambúrguer da sacola.
- descobrimos que o anel era o que dava poder pra ele... Cortamos o dedo dele e ele meteu o rabinho entre as pernas e fugiu.  - Dean respondeu andando até sua jaqueta e mostrando o anel da Guerra. - e depois, a cidade voltou ao normal.
- como se acordasse de um sonho. - Sn completou.
- acha que a Fome tem um anel desse também? - Dean perguntou e Castiel concordou enfiando mais um hambúrguer na boca. - ótimo, só temos que localiza-lo e cortar... - Dean falou olhando para Castiel.
- Sam... - Sn perguntou andando até o amigo de longa data, colocando a mão em seu braço chamando sua atenção. - como você está? - ela perguntou recebendo um pequeno sorriso como resposta.
- Sn, Sam temos que ir... - Dean falou chamando a atenção dos dois. Sam imediatamente ficou ainda mais tenso, ele sabia que não iria conseguir se controlar por muito tempo.
- Dean... Eu não consigo. - Sam confessou com sua vergonha clara em seu tom de voz. - fui afetado... Eu tenho fome, Dean...
- pelo o que? - Dean perguntou com medo do que iria ouvir.
- Você sabe. - Sam retrucou sentindo Sn fazer um carinho em seu braço, como se ela quisesse lhe dar forças.
- sangue de demônio? - Dean perguntou num tom quase cruel, que fez Sn fechar seus olhos com a falta de compreensão do Winchester. - tem que tirar ele daqui... Leva ele para as montanhas ou qualquer lugar! - Dean falou olhando para Castiel, seu tom suplicando que ele fizesse isso.
- não iria funcionar. Ele foi afetado, a fome irá segui-lo. - Castiel respondeu.
- então o que a gente faz?! - Dean perguntou irritado.
- cortem o dedo dele. - Sam respondeu olhando para Dean e Cas. - mas antes de irem, é melhor... É melhor me trancafiar. - ele falou com a dor clara em seu tom.
- não! Sem chances! - Sn respondeu primeiro.
- Sn... É melhor assim... Eu... Eu não consigo controlar. - Sam falou olhando pra mulher, que apenas suspirou passando as mãos em seu próprio rosto.
- eu fico aqui com Sam. - ela falou olhando pra Dean e Cas. - antes que tentem me convencer, eu também fui afetada... Então. É melhor ficar. Assim posso cuidar dele. - Sn falou cruzando seus braços. Ela não estava necessariamente mentindo, mas também não dizia a verdade. Sim, era melhor ela ficar, mas ela não estava sendo afetada. Ao menos, não achava que estava.

Dean a olhou com desconfiança, mas sabia que era melhor do que deixar seu irmão acorrentado no banheiro.

- Cas, você ouviu a mulher. - Dean respondeu pegando seu casaco antes de sair do quarto, fazendo questão de bater a porta com certa força.
- você não deveria ter ficado. - Sam falou olhando pra Sn, vendo ela andar até a porta e trancar o quarto.
- eu não ia te deixar sozinho, Sam. - Sn retrucou o olhando com empatia. - como você está? De verdade? - ela perguntou sabendo que Sam nunca iria dizer o que sentia realmente perto de Dean, sempre querendo demonstrar força, e nunca fraqueza.
- como se a qualquer minuto eu fosse explodir se não beber um demônio. - Sam respondeu andando até a cama e se sentando ali, apoiando sua cabeça em suas mãos e suspirando.
- eu sinto muito... - Sn falou andando até o frigobar e pegando uma garrafa de água, abrindo e andando até o homem, entregando a garrafa nas mãos dele. - talvez... Talvez ajude se você se distrair? - ela perguntou vendo ele beber a garrafa inteira num único gole.
- não acho que vá funcionar... - Sam respondeu jogando a garrafa vazia pelo quarto, seu tom ficando mais grave e grosso, como se estivesse irritado com a situação.
- mas podemos tentar não é?! Temos... Temos a televisão e... E eu sei que vi um baralho em algum lugar... Podemos tentar! Não vamos desistir... Você não vai desistir. - Sn retrucou andando até a cômoda, sabendo que tinha um baralho ali em algum lugar. Sam soltou uma gargalhada cruel enquanto se erguia e andava em direção a sn, seu corpo tenso e sua cabeça pulsava em dor. Ele pegou o punho dela, girando seu corpo até que o visse. Sn tentou soltar seu punho do aperto dele, mas foi em vão, ela estava presa entre o móvel de madeira, e Sam, e com o tamanho do homem, lutar não seria nada fácil.
- minha cabeça está latejando, minha garganta está queimando, eu não consigo pensar em mais nada a não ser a porra do sangue do demônio, e você quer que eu jogue baralho?! - Sam perguntou curvando seu corpo até que sua face ficasse frente a frente com o rosto de Sn.
- eu só quero ajudar. - ela retrucou, seus olhos nunca deixando os olhos verdes acastanhados de Sam, o cabelo escurecido dele caindo sobre sua face, sua mandíbula fechada, e tensa, entregando a dor que ele sentia.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora