Bucky Barnes 99.2

1.6K 107 18
                                    

Ele sabia que não seria fácil. Mas ele não estava preparado para o quão difícil aquilo era.

Mas isso não significava que ele iria desistir.

Ele ainda se via comentando erros, como bater na porta do quarto que dividiam, chamar seu nome, perguntar como estava... E ele se odiava a cada vez que fazia isso.

Sn havia sido liberada do hospital cerca de duas semanas depois, ela passou por duas cirurgias, colocado duas placas em seu fêmur, e uma gaiola em sua perna, além do alinhamento de suas costelas, e uma pequena contenção para a hemorragia em seu abdômen.

Agora, três semanas depois de tudo aquilo, Sn estava em casa, em seu apartamento divido com Bucky e sua adorável gatinha, Alpine. Ela andava somente com a ajuda das muletas, não que ela ficasse em pé por muito tempo.

Sn havia se isolado, Bucky a via a tristeza, a depressão tomando conta dela. Suas palavras de conforto eram em vão, até porque, Sn não podia ouvi-las.

Bucky suspirou assim que entrou no apartamento, em suas mãos, uma sacola de remédios que sua boneca tomava, antibióticos, vitaminas, analgésicos, reposições... A lista era longa. Ele colocou os remédios no armário da cozinha, numa altura que Sn não alcançava. Dra. Cho e a Dra. Smith, uma terapeuta que visitou Sn, haviam orientado ele sobre algumas precauções que deveriam ser tomadas.

Ele não deixava mas facas em qualquer lugar que Sn podia pega-las, suas armas, e as delas, foram removidas do apartamento, sendo guardadas longe da mulher. Remédios ficavam longe do quarto, ele quem controlava as dosagens e os horários que ela deveria tomar. Bucky podia estar sendo exagerado, mas ele nunca iria deixar Sn se machucar.

Entretanto, ele largou tudo quando ouviu o som do choro de Sn, Bucky correu como louco até chegar no quarto, achando Sn sentada na cama, abraçada com a gatinha de pelos brancos, chorando alto contra Alpine.

Ele imediatamente se sentou ao lado da cama, abraçando sn, sentindo ela se assustar e tentar reagir, não sendo quem estava ali.

Assim que Sn abriu seus olhos embaçados por lágrimas e viu as placas de metal escuro das mãos de Bucky, ela parou de lutar, se deixando ser segurada e balançada num ritmo lento e calmo. Ela podia sentir a vibração do corpo dele, como se ele dissesse alguma coisa, mas obviamente, ela não sabia o que.

Bucky esperou todo o tempo do mundo até Sn se acalmar, até ela conseguir controlar suas lágrimas de novo, até que ela conseguisse tomar seu fôlego novamente. Ele pegou a pequena lousa que Natasha havia dado, e escreveu sua pergunta.

O que houve, boneca?

- e-eu não ouvi ela... E-ela... - Sn falou em meio choro, olhando pra Alpine antes de se esconder no pescoço de Bucky. O homem de novo, esperou Sn se acalmar, nunca apressando ela. - A-Alpine... Ela olhou pra mim e... Eu vi a boca dela se mexer... Mas eu não podia ouvir... Bucky eu não posso mais ouvir... - Sn chorou contra a pele dele, sentindo suas lágrimas molhando a roupa de Bucky, não que ele se importasse.

Bucky sabia que Sn tinha consciência sobre o que havia acontecido, sobre as chances de sua audição voltar, sobre a possibilidade que talvez, nunca voltaria.

Mas ainda era cedo, ainda era cedo demais para exigir que ela agisse racionalmente. Ela estava num estado frágil, que só precisava ter alguém ao seu lado para a ajudar, alguém que pudesse ser forte por ela, que pudesse a proteger e a acalmar em momentos assim.

As vezes, Sn chorava por não poder ouvir suas músicas favoritas mais, não poder ouvir o som do chuveiro ligado, não conseguir ouvir a voz de Bucky, ou o miado de sua gata pedindo atenção.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora