1982
Wayne já havia saído para o trabalho, quando um apagão tomou Hawkins.
Eddie odiava e amava apagões ao mesmo tempo. Ele amava conseguir ver as estrelas no céu, amava o quanto silencioso o parque dos trailers ficava... Ele odiava ficar sozinho nos apagões. Odiava como as sombras pareciam ficarem maiores a cada vez que ele olhava, odiava que seu cérebro sempre gritava que ele estava em perigo.
Então, ele foi para o único lugar não iria sentir medo, que não iria odiar ficar sozinho, o teto de sua casa.
Ele levou consigo um pacote de salgadinhos, sua lanterna, e somente isso.
O jovem ficou observando as estrelas por horas e horas. Ele amava ver os desenhos das constelações no céu. Amava ver as estrelas cintilando no vácuo profundo do universo. A forma que elas poderiam carregar bilhares de vidas ao céu redor, mas ninguém nunca poderia ter certeza disso.
Entretanto, a atenção das estrelas no céu foi totalmente tirada quando Eddie ouviu o som de cachorros raivosos correndo na mata ao lado de sua casa.
O jovem imediatamente apitou sua lanterna para a direção dos sons, mas não conseguia ver absolutamente nada.
Ele ouviu os cachorros rosnando sem parar, ouviu homens gritarem antes de simplesmente ficarem quietos.
Não faz isso... É burrice...
É exatamente assim que as pessoas morrem nos filmes de terror!Ele falava pra si mesmo enquanto descia do teto de seu trailer, andando em direção a mata, agarrando com a lanterna e sua coragem.
Eddie a princípio não achou nada. Estava tudo escuro demais, ele não via muita coisa, mesmo com a lanterna em mãos.
Entretanto, uma coisa chamou a atenção dele, um rastro vermelho escuro que seguia até dois corpos sem vida. Eddie gritou aos plenos pulmões vendo aquilo, a forma que os ossos de seus pescoços estavam para fora, o jeito que os olhos sangravam, suas bocas pareciam estar quebradas, como se mesmo mortos, eles gritassem.
Eddie se virou para fugir dali, entretanto, ele trombou contra a árvore, ou ao mesmo é o que ele pensou que era. Sua lanterna caiu de suas mãos, iluminando somente a terra e as folhas secas sobre o solo.
Eddie se abaixou para pegar, mas antes que alcançasse, a lanterna começou a levantar no ar. O jovem assustados e em pânico gritou de novo, mas dessa vez, seu berro foi barrado por uma mão fria e trêmula.
O jovem viu a luz da lanterna virar no ar, mostrando o rosto de quem estava ali com ele.
Era uma adolescente. Ela parecia ter a mesma idade que ele, talvez um ou dois anos mais nova. Seus cabelos estavam raspados, ele podia ver o sangue escorrendo de seu nariz, de seus olhos, e de suas orelhas, pingando na camisola hospitalar que usava. A menina tinha seus olhos cheios de lágrimas, Eddie podia ver hematomas em toda sua pele, como se ela tivesse sido espancada.
A jovem ergueu um de seus dedos e colocou contra seus próprios lábios, implorando pra ele ficar quieto.
Eddie ouvia seu próprio coração batendo em sua orelha, quando viu a lanterna ser amassada e quebrada por forças que ele não via. Ele quis gritar, mas assim que olhou para a jovem de novo, notou as luzes de mais lanternas mais ao fundo da floresta. Estavam procurando por ela.
- vamos lá! Ela não pode ter ido longe! - um homem falou, e imediatamente aquela mulher na frente de Eddie se encolheu, tremendo apavorada em ser levada. - saia de onde estiver, 08! Vamos! Papa não vai ficar bravo com você... Eu prometo! - ele gritou entre as árvores.
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IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE III
FanfictionContinuação do primeiro, segundo e terceiro livro! Esse livro se trata de fanfics escritas por mim sobre diversos personagens. Tais histórias podem conter conteúdos adultos. Histórias com gatilhos mais pesados serão advertidas no começo no capítulo...