Bucky Barnes 110

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Como sua rotina, Sn esperava em frente a porta de metal pesado, ela podia ver sua respiração criar uma névoa de calor no ar frio das montanhas mais altas e afastadas. Ela sequer sabia em qual país estava, sabia apenas que foi levada para aquela prisão com um único propósito. E quando não podia servi-lo, era colocada de volta em seu inferno congelado.

Ela ouvia os passos por trás da porta de metal, sentia o frio corroer sua pele nua naquele ambiente impróprio para permanecer viva por mais de alguns dias, ainda mais, que ela sequer poderia ter roupas. Ao menos, Sn sabia que ela nunca ficaria naquela cela por mais de algumas horas. Afinal, ela sabia sua rotina ali.

Sn ficava naquela cela por tempo o suficiente para que os guardas lhe jogassem um jato de água fria, ao menos tinha o luxo de ter um sabonete, shampoos e condicionadores... Claro, todos eles tinham uma fragrância que ela aprendeu a gostar. Depois de seu "banho relaxante", sua comida era entregue, se é que poderia chamar aquela refeição de comida.

Muitas vezes, ela sequer podia tocar no prato sem que seu estômago se revirasse, não permitindo que ela comesse sequer uma colherada. O que somente a levava a ter um castigo, o que, ironicamente, era deixá-la sem comida por dias, até que se cansasse e implorasse por aquela refeição horrorosa.

Agora, com sua pele exalando o cheiro do sabonete, e seu cabelo limpo, com apenas alguns fragmentos de gelo preso nos fios molhados, e seu estômago cheio da tal gororoba, ela esperava em frente a porta, com sua cabeça baixa, sabendo que se ousasse olhar para qualquer lado, ousar olhar para um dos guardas, seria espancada até que perdesse sua consciência.

Ela se lembra de quando chegou ali. A primeira vez que abriu seus olhos e se encontrou naquela cela, seu pânico dominando seu corpo, forçando que tomasse as piores decisões possíveis. Tentar fugir só a levava a ficar acorrentada em uma cela de gelo. Pedir ajuda era o mesmo que pedir para ser torturada. Ousar olhar para alguém, eram horas de espancamento. Desobedecer alguma regra? Era o mesmo que pedir para quase morrer.

Aos poucos, sua mente foi moldada com as torturas. Sua vida antes de estar ali parecia ter sido um sonho cada vez mais bobo. Seu trabalho? Sequer se lembra do que fazia. Sua casa? Ela sequer tinha uma? Amigos e família procurando por ela? Ela tinha alguém, afinal? Ela realmente não saberia dizer se sua antiga vida foi real, ou apenas uma imaginação que sua mente quebrada pelos anos ali a fizeram crer que existiria algo melhor fora daquele lugar horrendo.

Sn ouviu a porta se abrir, o som do metal se arrastando no concreto sempre a fazia tremer. Ela viu as bostas dos soldados pararem em sua frente, sabiam o que eles estavam esperando.

- Hail HYDRA. - sequer sua voz era igual a de sua antiga vida. Aqui ela era sem vida, sem ânimo ou sonhos... Sn pensava se do lado de fora ela já havia rido, já havia contado piadas ou ao menos, cantando com a plena força de seus pulmões alguma música...
- HAIL HYDRA. - eles responderam em um conjunto. Um deles seu um passo a frente, pegando algo de seu bolso, um objeto que Sn odiava. Sua coleira. - Он ждет вас. - ele falou como se ela fosse entender o que dizia.

Quando chegou ali, Sn pensava se eles não haviam a pego por algum engano. Já que ela não entendia nada do que acontecia, o que eles falavam menos ainda. Ela não fazia ideia o que fazer, como agir ou como fazer eles entenderem que ela não era quem eles procuravam. Mas isso morreu quando o comandante deles, disse seu nome. Com o sotaque que ela só podia supor ser Russo ou algo assim, mas era seu nome. E não somente isso, ele sabia exatamente tudo de sua vida, como se estivesse lhe observando há tempos...

- Espero que esteja preparada. Ele está agitado. - o soldado falou prendendo sua coleira ao redor de seu pescoço. Seu tom era malicioso e cruel, só fazendo Sn suspirar.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora