Depois de comer aquele enorme tentáculo daquele polvo maldito, o cansaço tomou o seus corpos. Sn se deitou na areia, se virando de costas para o fogo, apoiando sua cabeça no peitoral de Bucky, que de imediato passou seus braços ao redor dela e fechou seus olhos para descansar igualmente.
Era quase como se fosse o início de uma rotina, os dois dormirem abraçados, tanto para preservar o calor, quando para proteção, afinal eles estavam claramente num planeta hostil, precisavam proteger um ao outro.
Ter quase perdido ele para aquele polvo, fez ela abrir seus olhos e perceber o quanto ela não queria estar ali sozinha. O quanto ele a fazia se sentir segura e a mantinha sã naquele lugar infernal. Querendo ou não, ela precisava dele, e estava aceitando cada vez mais o pensamento de que talvez, sejam somente os dois até a inevitável morte naquele horrível mundo. E não parecia ser tão ruim assim.
Eles deviam estar cansados demais para notar as sutis mudanças ao redor deles, não era de esperar, afinal, ambos lutaram contra um enorme polvo, e depois comeram o suficiente para sobreviverem pela próxima semana, eles não iriam acordar com as areias se movendo, ou o fogo apagando, seus pescoços perfurados por uma agulha tão fina, mas encharcada com o veneno paralisante de uma espécie de animal escamoso que vivia sob as areias daquele mundo. Eles não acordaram quando seus corpos comecaçaram a ser arrastados pela areia indo em direção a um buraco escuro e pequeno.
Seus olhos somente abriram tempos depois disso, tempo o bastante para estarem separados um do outro.
- Bu...cky... BUCKY! - gritou sentindo seu corpo ser abaixado na água morna, seu grito virou bolhas de ar que balançavam a superfície da água. Por alguns segundos pensou que estava de volta em casa, talvez tudo não passou de um sonho, afinal, ela estava numa banheira de água morna, com certeza não estava mais num planeta hostil. Entretanto, quando ela tentou voltar à superfície, apoiando suas mãos na borda da banheira de metal acobreado, ela sentiu a resistência de algumas mãozinhas segurando seu corpo para baixo da água. Graças a superfície irritada da água, ela não conseguia ver quem era, ou o que, somente conseguia ver as pequenas mãos que seguravam seu corpo sob a água; tinham sete dedos em cada mão, suas unhas eram escuras na raiz e rosa nas pontas, suas peles eram numa tonalidade arroxeada, como se fosse perfeitas para se camuflar nas areias do deserto. Talvez aqueles seres finalmente perceberam que ela precisava de ar para sobreviver, puxando seu corpo para cima de volta.
Sn imediatamente se levantou, pegando a primeira coisa que conseguiu, no caso, a tocha queimando aos pés da banheira, dando uma luz alaranjada para o local. Ela balançou a tocha ao seu redor, pouco se importando se estava totalmente nua e molhada tentando parecer ameaçadora para as criaturas em sua frente. Seus olhos varreram ao redor, tentando achar sua mochila, ao menos ali ela tinha sua faca, mas não havia nenhum sinal de sua mochila, muito menos suas roupas.
Entretanto, aquelas criaturas estranhas se entre olharam, murmurando uma língua estranha antes de se juntarem em um grupo em sua frente, se ajoelhando no chão e a reverenciando como se fosse uma rainha.
A pele completamente roxa, usavam roupas que pareciam ser feitas para proteger eles do calor, dois grandes pares de olhos tão escuros como a noite, cílios longos e rosas tão densos que não permitiam que um grão de areia sequer entrasse em seus olhos. Os cabelos daqueles seres estavam cheios de tranças, com pedaços de metal e miçangas que pareciam ser feitas com tanto carinho. Aqueles seres cantavam algo que Sn poderia achar que era uma prece, erguendo-se em seus joelhos e caindo de novo.
Reparando um pouco mais em seus arredores, Sn viu que não tinha o mínimo de luz natural naquele lugar, o que Sn poderia supor que queria dizer que ela estava sob a terra. Cada parede eram iluminada apenas por uma tocha similar a que ela mesma segurava. As paredes, chão e teto eram feitas com a areia, mas nem todas tinham o tom de roxo que as areias daquele mundo possuíam, o chão por exemplo era de cor roxa escura, já as pareces eram um tom mais marro claro, e o teto era alaranjado, como se fosse feito de diferentes tipos de areia. Ela não poderia deixar de reparar, que apesar daqueles seres serem bem menores do que ela, não podendo passar de sua coxa, eles viviam numa caverna que era alta o bastante para que Sn sequer pudesse alcançar o teto. Ela não podia de deixar de pensar que aqueles seres viviam ali, naquele planeta hostil, eles estavam ali todo o tempo que ela e Bucky lutavam.
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IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE III
FanfictionContinuação do primeiro, segundo e terceiro livro! Esse livro se trata de fanfics escritas por mim sobre diversos personagens. Tais histórias podem conter conteúdos adultos. Histórias com gatilhos mais pesados serão advertidas no começo no capítulo...