IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE III

Bucky Barnes 88.2

2014

Depois do que aconteceu em Washington, daquela terrível luta, tanto física quanto mental. Reencontrar o fantasma de um passado que ele era forçado a esquecer todos os momentos, ter que resgatar o tal fantasma do rio, o Soldado finalmente estava livre das torturas, dos dias agonizando naquela cadeira elétrica, das dores, convulsões, e terríveis momentos de pura agonia que passou naquele terrível lugar.

Ao menos era o que ele pensava.

O Soldado, vagou por alguns lugares, alguns países, por se dizer. Apesar de estar livre, ele sabia que suas torturas estavam a um pequeno deslize de distância. Ou seja, ele não podia ficar em um lugar por muito tempo, não podia arrumar empregos fixos ou ter uma vida normal. Ele precisava continuar a fugir sem parar.

Com o tempo, ele reaprendeu coisas sobre si. Primeiro veio seu nome, James Buchanan Barnes, depois, os nomes de quem ele amava... Winnifred, Rebecca, Steve... Sn.

Logo, esses nomes se tornaram rostos em seus sonhos.

Winnifred foi sua mãe, aquela que lutava por ele e por sua irmã quando seu terrível pai chagava bêbado em casa. Sua adorável irmã, ainda criança quando ele a viu pela última vez... Steve, um amigo na qual lutou lado a lado, em diversos campos de batalha, desde o ginásio na escola, até a guerra.

Sn...

As memórias que tinham dela era terríveis. Seus gritos ecoavam em sua mente todas as noites. O sangue dela em suas mãos, os olhos perdendo o brilho enquanto aquela monstruosidade em formato de braço, apertava seu pescoço sem descanso.

Ao longo dos dias, James se encontrava se recordando cada vez mais dessas diversas lembranças. Ele sempre andava com um caderno, que pode ou não ter sido adquirido de formas não legais, onde ele escrevia cada sonho, cada flash de recordação, tudo o que se lembrava, ele anotava.

Algumas vezes, ele não entendia a própria letra, outras, em vez de palavras, James resolvia desenhar, se apropriando de todas as páginas do caderno, precisando "comprar" outros a cada poucos dias.

E no fim, agora ele tinha cerca de cinco cadernos. Uns mais cheios que outros. Cada um, dedicado a certas memórias, como por exemplo, o de sua Mãe, Winnifred. Ele se lembrou da forma que ela se vestia, de como se comportava, como suas comidas eram sempre incríveis, como ela guardava seu caderno de receitas à sete chaves sob sua cama... Como um dia ela prometeu dar à ele as receitas, pra que ele pudesse compartilhar as receitas da família com seus filhos e filhas num futuro. Ou o de sua irmã, Rebecca, onde dizia como ela chorava nas noites, por ter medo do escuro, e ele lhe fazia companhia até que ela dormisse, como ela implorava para que ele brincasse com ela, como ela fazia pequenos desenhos na parede de suca moradia, deixando sua mãe irada. Steve, como ele sempre ficava doente, como ele odiava não ser alto como ele, como o garoto se metia em brigas que com certeza nunca iria vencer, e James tinha que salva-lo.

Sn... Como ela era assustada a primeira vez que viu ele. Como ela gritava para ir embora de onde quer que estivessem, como ela chorava as noites, como ela sonhava em fugir dali com ele...

Como ela tentava puxar o ar mas não conseguia, não quando a mão dele prendia sua garganta. Como ela dizia que o perdoava por a arrastar de volta para o inferno.

Como ela dizia que o amava antes dele a devolver para suas torturas horrendas.

James sentia a culpa em seu corpo cada vez que olhava para as memórias escritas nos cadernos.

Como ele pode esquecer de todos eles? Como ele pode esquecer de Sn?

Em algum ponto de sua jornada, James se encontrou na Romênia, morando em um pequeno condomínio, na qual, tinha um trabalho de faz tudo. Ele odiava cada segundo, mas era pago em dinheiro, e quase nunca tinha contado com ninguém, e, como bônus, ele podia morar num apartamento abandonado que não tinha uso algum, por estar muito deteriorado... Obviamente ele usava a desculpa que estava consertando o lugar, afinal, não iriam simplesmente deixar ele viver ali de graça não é?