Finnick Odair 1.2

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Ele estava na mesma posição de sempre enquanto esperava pela mulher entrar, deitado na grande cama, nu (como era obrigado a ficar), com suas mãos debaixo de sua cabeça, seus olhos fechados aproveitando a "paz".

Desde que Sn se tornou sua "principal cliente", Finnick podia aproveitar seus dias ali dentro, claro, ele ainda era proibido de sair, ainda não podia voltar para sua casa, mas ao menos, não era forçado a se prostituir por segredos sujos dos socialites da Capital.

Ele e a mulher acabaram por se surpreender com o quão eram parecidos. Após passarem dias, semanas sendo forçados a ficarem juntos, os dois acabaram por conversar mais e mais sobre suas vidas, seus sonhos e expectativas. Ambos odiavam onde estavam, ambos só queriam viver suas próprias vidas da forma que queriam, ambos são forçados a se comportar como as pessoas da Capital, ambos eram escravos do maldito presidente.

- hey... Oh! - Sn falou assim que passou pela porta, se virando enquanto ouvia Finnick rir da forma que ela sempre se comportava ao encontrar ele nu. Nos primeiros dias, ela ficava tão nervosa que sequer conseguia olha-lo, mas agora,  ela conseguia o olhar, mesmo que fosse de forma sutil, pensando que talvez, ele não percebesse quando seus olhos observavam seu corpo incrivelmente belo.
- você pode olhar sabia? Quer dizer... Não é segredo para ninguém meu corpo. - Finnick respondeu se sentando na cama, vendo a mulher se virar, forçando seus olhos a não olhar para o corpo dele mesmo assim.
- eu sei... Mas isso não significa que eu deveria olhar... - ela respondeu sincera, andando até a cama e se sentando ao lado dele.
- eu não ligo se você olhar... - Finnick falou baixo, mas ele pode ver o sangue fluir para as bochechas da mulher em poucos segundos. - como foi hoje? - ele mudou o assunto, puxando a coberta para seu corpo, tentando deixar ela mais confortável.
- foi... Ok... - ela respondeu suspirando enquanto seu corpo relaxava no colchão, sentindo o homem se virar para olha-la, colocando uma de suas mãos sob sua cabeça, sorrindo de forma galanteadora esperando que ela continuasse. - meus pais estão empolgados com os jogos chegando... Eles dizem que vão ser patrocinadores... - ela continuou, seu tom era de pesar, afinal, ela odiava a época dos jogos, a pura matança somente para entreter o sádico presidente. - pelo menos... Isso vai fazer com que eles esqueçam de mim por algum tempo.
- sobre isso... - ele falou enquanto uma de suas mãos tocava o braço da mulher, seus dedos traçando pequenas linhas descendo até os dedos dela, subindo novamente com um carinho delicado. - eu vou voltar para casa... Sabe... Pros jogos... - disse num tom surpreendentemente decepcionado, ele sentia falta de sua casa, óbvio, do mar, dos pássaros... Mas ele não podia negar que iria sentir falta da mulher, de suas conversas, das pequenas ações que faziam ela ficar tão vermelha como um tomate.
- oh... Isso é bom, não é? - Sn perguntou tentando esconder sua própria decepção ao ouvir isso. - quer dizer, você deve estar farto de ficar preso aqui... - ela falou.
- é... Mas aqui tem seus pontos positivos... - ele falou olhando pro fundo dos olhos da mulher, implorando que ela entendesse o que ele queria dizer.
- achei que odiasse aqui... - Sn perguntou, obviamente não entendendo o que ele queria dizer.

Finnick suspirou, subindo seus dedos pelo braço de Sn, passando pelo seu ombro e então rosto, deixando seu polegar e indicador virarem delicadamente o rosto da mulher, forçando que ela o olhasse atentamente. Finnick sabia que ela tinha grandes receios sobre aquilo tudo, afinal, naquela situação que estavam, quem não teria? O Presidente, forçando uma tentativa de romance para algum tipo de satisfação sádica, pouco se importando com as pessoas que ele manipulava. Entretanto, ele podia ver como a cada conversa, Sn ficava mais confortável ao seu lado, e diversas vezes, Finnick pegou ela o olhando, não dá mesma forma pejorativa e objetiva que todos o olhavam, mas com um certo carinho e amor em seus olhos. Um olhar há muito, Finnick não sentia.

Ele amava quando Sn o olhava daquela forma, da exata forma que ela o olhava naquele momento. Seu coração batia chamando por ela, seus belos olhos tendo tantos sentimentos, fazendo Finnick se sentir livre, mesmo aprisionado ali.

- eu odeio qualquer lugar que você não está. - ele falou sem rodeios algum, sorrindo vendo as bochechas dela ficaram vermelhas imediatamente.
- o que? - ela falou ofegante, temendo que as batidas altas de seu coração impediram que ela ouvisse certo o que ele dizia.
- eu preciso te fazer um pedido... E se você disser que não, quero que saiba que não tem o menor problema e eu vou entender totalmente... - Finnick falou sentindo seu corpo arder em receio da resposta dela. Sn apenas o olhou, esperando o que ele iria dizer a seguir. - eu tenho que ir para casa... Mas não significa que eu tenha que ir sozinho... Quer dizer, seria ótimo para nossa situação, poderíamos usar a desculpa de uma viagem romântica para meu distrito, todos iriam acreditar, até mesmo Snow... Seria perfeito... E... E assim eu não teria que sentir sua falta... - ele disse por fim, seu tom esperançoso com o que ela iria dizer.
- Finnick... - ela falou se apoiando em seus cotovelos e olhando para ele, vendo aqueles belíssimos olhos ansiosos pela resposta dela.
- você não precisa ir se não quiser! Eu só pensei que iria ser legal, você pode finalmente ver o verdadeiro oceano, e não essas paredes falsas... Você sequer precisa ficar comigo, o trem é enorme, sequer precisamos ficar juntos se não quiser... - ele disse, agora, com um tom ansioso, pensando que talvez a resposta dela não seria o que ele pensava, talvez ela não sentia os mesmo sentimentos que ele.
- você vai me mostrar o mar? - ela perguntou vendo um sorriso instantâneo brotar nos lábios dele.

Ao invés dele responder, Finnick agiu com seu instinto, se aproximando rápido do rosto dela, e grudando seus lábios contra dos dela, num beijo simples, porém, com sentimentos enormes ali. Seus lábios se encaixavam perfeitamente contra os dele, Finnick podia sentir o gosto leve do batom da mulher, que só fez com que ele quisesse continuar o beijo mais ainda. Entretanto, ele se afastou rápido, o pavor de ter feito algo errado, de assustar Sn, de forçar algo que ele sequer sabia se ela queria.

Entretanto, assim que ele se afastou, a mulher o seguiu, juntando seus lábios novamente. Finnick sorriu ao sentir as mãos dela em sua face, o puxando contra ela, forçando com que ele se deitasse sobre seu corpo, aprofundando o beijo.

Finnick passou a ponta de seu língua nos lábios dela, pedindo educadamente se poderia aprofundar mais ainda, Sn rapidamente permitiu, abrindo seus lábios e suspirando um gemido baixo ao sentir a língua dele tocar a sua.

Ela sentiu as mãos grandes dele pelo seu corpo, segurando seu quadril enquanto seus polegares faziam pequenos e cuidadosos movimentos, num carinho delicioso. A mulher sabia muito bem do histórico de "relacionamentos" de Finnick, afinal, todos na capital sabiam. Mas as fofocas nada se comparavam ao sentir na pele os lábios dele. Ela só ansiava para quando pudesse sentir mais do que a boca dele.

- Sn... - ele chamou afastando seus lábios dos dela, sorrindo ao ver a boca avermelhada e inchada da mulher, seu corpo todo implorando pra que ele continuasse, aprofundasse aquele relacionamento, tomasse o corpo dela como sua propriedade. Mas ele não podia fazer isso. Não ali, não naquela situação. - eu quero fazer isso... Da forma certa.  - Finnick falou de forma ofegante, uma de suas mãos subindo para o rosto da mulher, acariciando sua pele macia. Seus olhos perdidos nos olhos da mulher, aquele brilho majestoso só fazia o coração dele bater ainda mais forte. - não quero fazer isso aqui... Quero que estejamos livres... Não quero que você se sinta forçada em fazer isso... Eu quero que... Quero que quando isso acontecer, você não se arrependa depois...
- Finnick... Eu não vou me arrepender. Eu confio em você. - Sn respondeu suando seus polegares para acariciar a pele beijada pelo sol dele.
- e eu confio em você... Mas não quero que estejamos presos aqui quando eu finalmente puder te amar. - ele respondeu vendo o sorriso dela pintar seu rosto.

Ela levantou seu rosto e juntos seus lábios novamente, agora, num beijo mais calmo, aproveitando a cada segundo os lábios dele nos seus.

- quando vamos partir? - Sn perguntou ansiosa para fugir dali junto a ele. Ansiosa para sair de sua prisão, ansiosa para conhecer os oceanos, sentir a areia quente, o vento dos mares... Ansiosa para onde seu relacionamento com Finnick estava indo.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora