Bucky Barnes 86.2

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Ela sentiu o frio da noite como nunca, se encolhendo na areia roxa e brilhosa, tentando conter o calor de seu corpo, enquanto sentia seus dentes batendo entre si, seus músculos tendo contrações involuntárias, tentando te aquecer desesperadamente. O frio era tanto que fazia seus ossos doerem como se estivessem rachando.

Em algum momento, ela pegou no sono, ou desmaiou. Seus sonhos, que estão mais para pesadelos, eram o retrato exato daquele lugar, das poucas horas que ficou ali, da forma que se sentia presa sem ter para onde correr. Ela não sabia o que era pior, seus pesadelos, ou a realidade.

Entretanto, o que sabe, é que assim que acordou, sentiu o peso de uma jaqueta de couro sobre seu corpo encolhido o suficiente para que a jaqueta cobrisse tudo. Ela sabia exatamente de quem era, e talvez o que tenha aquecido seu corpo fosse seu ódio, de qualquer forma, seu frio não foi tão intenso.

Ela jogou a jaqueta para longe na areia, olhando ao redor e vendo que não havia sido um pesadelo, ela estava presa ali, num lugar totalmente desconhecido, possivelmente, da beira do universo esquecido. Agora, o sol azulado brilhava forte, e apensar de ser uma estrela, parecia não ter calor algum, o céu laranja forte, nuvens escuras correndo de um lado para o outro, o vento era frio o suficiente para fazer sua respiração queimar seu pulmão. A luz azulada do sol, fazia as areias roxas refletirem pequenos grãos, tão finos que pareciam as areias do deserto do Saara. Não havia nenhuma vegetação no horizonte, apenas alguns falhou secos fincados na areia, próximos ao um oásis de águas de cor escurecida, onde o homem estava.

Bucky tinha um galho longo e seco em sua mão, na ponta, uma de suas facas, fazendo uma lâmina improvisada. Ele estava no meio do que parecia um lago, a água não era funda, era rasa o suficiente para que somente molhasse até os joelhos dele. Sn viu ele enfiar a lâmina da água, puxando o que parecia um peixe bizarro, que definitivamente, deveria ser estudado antes de ser considerado como comida.

Ela se levantou, pegando a mochila e andando sorrateiramente até a fogueira, jogando a jaqueta dele na areia ao lado, e esticando suas mãos no fogo, implorando pelo calor.

Ela pode ouvir Bucky se aproximar, mas seus olhos não saíram do fogo nem por um minuto.

- temos comida e água, você não precisa gastar sua energia pescando seja lá o que isso for, sequer sabemos se isso é comestível. - ela comentou enquanto ele se abaixava e colocava uma pedra no meio das chamas, jogando o "peixe" ali, esperando que cozinhasse.
- eu sou um supersoldado, meu corpo não pode ser envenenado ou morrer por desinteria. - Bucky falou sem olhar para a mulher, que continuava a encarar o fogo. - eu prefiro deixar o resto da água e as barras de cereal para você, já que você pode morrer se comer algo aqui. - ele continuou cutucando o peixe no fogo, antes de tira-lo e dar uma grande mordida, tentando o máximo, disfarçar sua cara de nojo.
- devemos continuar indo para o norte. - Sn ignorou o comentário dele, olhando para o horizonte além das montanhas de areia.
- quer arriscar num deserto desconhecido? - Bucky perguntou querendo ter certeza do que ela queria dizer. Ele sabia os riscos, se houvesse qualquer ameaça ali, eles estariam totalmente desprotegidos.
- não podemos ficar aqui. Se ficarmos, podemos ser pegos desprevenidos por algo... Acho melhor arriscar do que morrer como uma idiota ao seu lado. - Sn falou se erguendo e chutando areia na fogueira, tendo certeza que estava apagada antes de colocar sua mochila nas costas e começar a caminhar em direção ao norte do lugar.

Bucky suspirou antes de pegar sua jaqueta, tirando a areia que ela tinha jogado em cima, e indo em direção a mulher, que tinha a direção de onde ficava o norte, graças ao rastreador do Tesseract que por sorte, tinha a bússola embutida.

Quatro longas e lentas horas se passaram enquanto eles caminhavam, o sol azul já brilhava no centro do céu alaranjado, não que isso desse muito calor para eles. As dunas altas e verticais demais, eram exaustantes, a areia fina não ajudava, já que a cada quatro passos que davam, na verdade, eram apenas um. Sn caminhava na frente, segurando o rastreador com a bússola, com a mochila pesada em suas costas, e Bucky logo atrás.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora