Derek Hale 3

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Seus tênis de corrida quebravam as folhas secas no chão, sua pele se arrepiava com a brisa fria contrastando com o suor quente. Seu coração batia acelerado, pulsando com o mesmo ritmo da música que tocava em seus ouvidos.

Ela sabia os riscos de correr pela floresta de Beacon Hills, mas também pensava que um raio não cairia no mesmo lugar suas vezes, não é?

Flash backs de quando foi atacada por um lobisomem em sua antiga cidade invadiam sua mente. Sua ideia estúpida de correr pelo parque florestal de noite, transformou sua vida de cabeça para baixo em segundos. A mordida quase lhe matou, o veneno preto como podridão escorria por todos os lados, mas por algum motivo, ela viveu. Não como um lobisomem, algo diferente.

Talvez por ela ser esse tal algo, que ela estava ali, em Beacon Hills. Depois do que ocorreu em sua antiga cidade, ela precisava sair. Precisava sair daquele lugar e jamais voltar, e por um impulso não muito bem pensando, ela escolheu Beacon Hills como seu novo lar.

Sua corrida foi interrompida quando a música em seus fones parou de repente, como se seu celular tivesse perdido totalmente o sinal. Suas mãos imediatamente pegaram o aparelho, tentando resolver o que tinha ocorrido, e para sua surpresa, tudo parecia normal. Mesmo assim, sua música não voltava, e para melhorar, sua tela principal ficou totalmente preta, com nenhuma função funcionando.

Ela arrancou os fones de sua orelha bufando em insatisfação, olhando ao redor com um suspiro. Ela parecia estar no meio da floresta, não sabendo para onde ir e onde não ir. Entretanto, em meio as árvores ela viu uma estrutura.

Era velha e parecia estar abandonada. Uma casa no meio da floresta. Pela forma da estrutura, era impossível alguém ainda morar ali, e talvez fosse por isso que ela se aproximou mais e mais da casa.

A madeira rangia alto sob seus tênis, Sn tinha o receio de que aquilo tudo irá despencar no mesmo instante que ela pisasse ali dentro. Mas, ignorando tudo isso, ela continuou.

Suas mãos imediatamente tocaram as paredes que ainda a mantinham em pé, assim que seus dedos sentiram o áspero da madeira, a energia presa nelas inundou seu corpo. Seus olhos viram uma bela família vivendo ali. Crianças corriam enquanto riam, pais e mães conversavam entre si. Uma mulher era a líder, ela tinha tanto carinho para dar. Naquela casa vivia um bando, uma família cheia de amor e carinho uns com os outros. Isso até, uma terrível tragédia tomar conta de tudo.

Só havia dor e agonia presa nas paredes de madeira. Sn podia ouvir os gritos presos numa eternidade de dor, ela podia sentir o fogo queimando sua pele.

O que tinha ocorrido ali, era horrível. Uma família queimando simplesmente por ter um dom. Crianças inocentes chorando de medo no colo de suas mães, pais tentando procurar uma saída, se machucando enquanto cavam nas paredes e no solo. Eles só queriam salvar seus filhos.

Lágrimas caiam se sua face enquanto seus dedos tocavam nas paredes daquele lugar. Aquele era seu dom, ela sentia as energias, via o passado e o presente de tudo que tocasse.

- O que está fazendo aqui?! Esse lugar é propriedade privada. Não sabe ler?! - uma voz grossa e irritada a fez pular no lugar, suas mãos se recolhendo da madeira e a conexão entre o passado se quebrando. Ela se virou para o dono da voz, reconhecendo de imediato aqueles olhos azuis. Ele já morou ali. Derek tentou ignorar a sensação em seu peito, tentou ignorar a forma que seu coração acelerou ao ver os olhos cheios de lágrimas da mulher. Ela era linda, mesmo com o suor de seu treino escorrendo em sua pele. Derek não acreditava nos contos de amor à primeira vista que ouvia, entretanto, quando viu os olhos dela, algo mudou.
- D-Desculpe... - Sn respondeu compartilhando a mesma sensação em seu coração que ele. Aqueles belos olhos azuis a observavam com tanta intensidade, ela poderia se derreter numa poça no chão. - Eu vou ir... - ela falou dando a volta do homem, trombando em intensão em seu ombro. Graças a sua conexão, ela viu o futuro.

Lábios se tocando como se estivessem famintos, línguas dançando uma contra a outra. Dentes beliscando suas bocas, suspiros e gemidos sendo soltos pelas gargantas. Ela sentia as mãos dele em todo os lados, arranhando sua pele enquanto ela fazia o exato mesmo. Ouvia o som que seu corpo molhado sendo penetrado de novo e de novo. O som de suas carnes batendo uma na outra, ecoando para todos os lados possíveis. A cama fofa sob seus corpos, afundando a cada vez que ele se movimentava contra seu corpo. Seus olhos azuis brilhando num vermelho intenso e poderoso, forçando os seus a brilharem num violeta forte.

Sua mente voltou a realidade, dando passos apressados para longe dele, não sabendo se ele tinha sentido o mesmo que ela.

Derek parecia ter tido uma visão do futuro. Ele ainda sentia as sensações em seu corpo, ainda sentia o cheiro do tesão dela, o amor exalando de sua pele, criando o mais incrível aroma. Por um pequeno segundo, Derek jurou que viu os olhos da mulher se tornarem violeta belíssimo. Derek jamais viu olhos daquela cor, mas tinha certeza que os veria novamente, muitas e muitas vezes.

- Q-qual seu nome? - ele perguntou se xingando por sua voz ter falhando naquele momento.
- Sn. - respondeu com um tom avermelhado tomando seu rosto.
- É um prazer te conhecer, Sn... Eu sou
- Derek. Eu sei. - ela interrompeu o homem, que apenas sorriu, só a deixando ainda mais encantada pelo seu sorriso. - Eu deveria ir... - falou antes de se virar e começar a descer as escadas da entrada, tocando na madeira de apoio sem pensar, tendo mais uma visão.

Duas crianças corriam pelo grande jardim da casa, seus olhos brilhavam num mais belo dourado. Aquele homem, Derek, corria atrás delas, suas presas a mostra enquanto ele rugia com os olhos vermelhos, perseguindo as crianças. Nenhum deles tinham medo em suas auras, ao invés, uma adorável brincadeira de perseguição, que gerava gargalhadas altas das crianças. Ela estava na varanda, a casa estava reformada e agora era totalmente habitável, se tornando linda e aconchegante e nem um pouco assustadora. Tinha até mesmo, um balanço aconchegante onde ela se sentava para observar as crianças correndo, sua mão sentindo o bebê em seu ventre chutando ouvindo as risadas dos irmãos e de seu pai.

Aquela energia assustadora e dolorosa não era mais sentida naquela casa, e sim, uma energia aconchegante e amorosa. Uma nova família vivia ali. A família Hale-Sn.

Se mudar para Beacon Hills foi um impulso, mas foi o mais certo a se fazer. Afinal, seu futuro ali era lindo.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora