Bucky Barnes 101

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Ela odiava o tempo quente. Odiava o fato de não ter um único vento soprando seus cabelos, odiava como seu corpo ficava tenso e dolorido no calor, como todos os sons pareciam ficar mais altos, como sua mente parecia pregar peças em si. Tudo por causa do maldoso calor.

- Sn? Quer compartilhar algo com a gente hoje? - a voz de Sam chamou sua atenção. Sabia que todos estavam te olhando, e tudo o que queria era que o solo te engolisse por completo. Com uma pequena balançada de cabeça, Sam teve sua resposta. - tudo bem se não quiser falar aqui na frente... Mas seria bom se compartilhasse com a gente o que você está sentindo. - Sam continuou, mas de novo, a mesma resposta. - tudo bem... Que tal você Bucky? Quer falar algo hoje? - Sam perguntou olhando para o amigo ao lado da mulher.
- não. - Bucky respondeu simples, vendo Sam suspirar pesado.
- tudo bem... Alguém quer compartilhar algo hoje? - Sam perguntou vendo um homem erguer a mão com hesitação. - Adam, a sala é sua. - o homem falou vendo o outro tocar a cadeira de rodas até onde Sam estava, enquanto ele se sentava na cadeira ao lado, dando a vez da fala para o veterano.
- bom... Essa onda de calor está difícil... Meu último turno foi no deserto... Então... O calor está desencadeando algumas memórias... Todos os dias eu acordo sentindo dor nas minha costas, e eu sei que é a maldita dor fantasma por causa desse calor! Eu... Minha esposa e eu estávamos guardando dinheiro para viajar... Mas ela quis fazer uma surpresa e comprou um ar condicionado... Eu sei que ela quis fazer bem... Mas isso só me faz ficar ainda mais mal... - Adam começou a falar, abrindo seu peito em meio de dezenas de veteranos ali, esperando que alguém tivesse as respostas para ajuda-lo, mas todos ali estavam presos na mesma situação.

Bucky olhou para o lado ao ver a movimentação estranha da veterana ali. Seu nome era Sn, Sam já havia comentando sobre ela antes, os dois serviram no mesmo turno, mas obviamente com trabalhos diferentes. Sn era uma tenente, comandava missões em diversos pontos do deserto, ajudando os batalhões que precisavam, e lutando ao lado de seus homens sem descanso. Sam comentava como ela era uma excelente Tenente, como todos a respeitavam, como ela conseguia ser ao mesmo tempo confiante em seus atos, e solidária para os soldados inexperientes. Alguém que Sam sempre gostou de lutar ao lado. Até... Tudo mudar.

Sam contou pra Bucky como mudar totalmente de personalidade era comum entre Veteranos. Aqueles que antes eram calmos, poderiam ficar irados e raivosos quando retornavam pra casa. Os que eram extrovertidos, voltavam como introvertidos e reclusos. Infelizmente, o estresse pós traumático causava isso.

E pelo o que Sam contava, Sn também sofria com isso.

Bucky via como ela amassava sua perna de novo e de novo, como ela usava seus dedos para beliscar sua coxa com força, como seu corpo todo tremia tenso. Ele podia ver uma pequena camada de suor frio em seu belo rosto franzido em algo que ele conhecia bem, dor.

- hey? Você está bem? - ele perguntou num tom baixo, ouvindo ao fundo o que Adam falava.

Sn virou seu rosto para Bucky, mas ao invés dela falar algo, ela apenas se levantou e saiu dali. Bucky imediatamente se virou pra Sam, vendo o amigo o olhar como se perguntasse o que tinha acontecido, mas Bucky não tinha respostas.

Bucky se levantou e seguiu a mulher, vendo ela estrar em uma pequena sala e fechar a porta atrás de si.

- hey? Olha eu só quero saber se você está bem... Eu posso chamar alguém se quiser... - Bucky falou contra a madeira da porta, ouvindo como a respiração dela estava rápida e frágil, soltando pequenos soluços de choro.
- Bucky?! - Sam chamou tendo seguido o amigo assim que ele saiu. - o que houve? - ele perguntou preocupado e curioso.
- eu não sei... Ela só olhou pra mim e correu! - Bucky respondeu sincero, vendo Sam respirar fundo antes de tentar girar a maçaneta da porta diversas vezes. - eu já fiz isso, ela trancou por dentro...
- Sn? Sn sou eu, Sam... - o homem falou não desistindo de girar a maçaneta. - esse é meu amigo, Bucky... Já falei dele pra você, se lembra? - Sam continuou não vendo como Bucky o olhava curioso. - consegue abrir a porta pra mim? Vamos Tenente... Abre a porta! - Sam falou como se desse uma ordem, mas nada. - Bucky, pode chamar a manutenção e... - antes que Sam terminasse a frase, Bucky já havia passado sua mão de metal, coberta pela jaqueta e luva óbvio, contra a madeira da porta, destrancando e girando a maçaneta por dentro. - BUCKY!
- manda a conta depois, Samuel. - o sargento respondeu abrindo a porta de madeira e deixando Sam entrar primeiro.
- ela não está aqui... - Sam concluiu vendo a janela do centro de ajuda ao veteranos aberta, e a sala de suprimentos de arte vazia.
- ela saiu pela janela? Por que ela fugiria assim? - Bucky perguntou agora extremamente curioso.
- eu não sei... Vou tentar ligar para ela... - Sam falou pegando seu celular e discando seu número, deixando Bucky sozinho na sala.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora