Steve Rogers 8.2

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Seu mundo havia desmoronado.

Tudo o que antes era seu e de Steve, agora eram de Steve e Natasha.

Ela não tinha mais nada.

Ela queria desaparecer novamente, queria mais do que tudo sumir dali, afinal, tinha certeza que Steve ficaria bem... Ele ficou. Ela quando foi, ele seguiu sua vida.

Sn fugiu daquela casa, não se preocupando em arrumar as fotos que havia tirado do lugar, ou sequer fechar a porta de sua antiga casa. Afinal, não podia mais chamar nada ali de seu.

Ela não tinha mais suas roupas no armário, não tinha mais suas fotos na parede, ou qualquer coisa que pudesse um dia dizer que ela viveu ali. Steve parece que fez questão de apagar sua existência de sua própria casa, tornando aquele lugar dele e de sua esposa e filho.

Ela andava pelas ruas, suas lágrimas escorrendo de seu rosto, sua maquiagem manchando sua pele, seu cabelo deveria estar um desastre, e ela sequer se preocupou em esconder sua dor. Ela via as pessoas se abraçando nas ruas, via a felicidade no olhar de muitos em poder reencontrar suas famílias, seus amigos e seus amores. E ela queria mais do que nunca não ter voltado. Queria não estar sentindo aquela dor em seu peito, queria não saber que Steve seguiu em frente, queria não saber que agora ele tem a vida que sempre quis, e não foi com ela. Que ele não somente deu seu anel para outra, mas também, escolheu o nome que combinaram que dariam para seu filho, para o filho de outra. Que ele é feliz, e não é com ela e sim, com outra.

Ela era uma pessoa ruim por desejar que ele não tivesse seguido em frente? Por querer que ele tivesse lutado mais por ela, por querer que ele não desistisse... Por querer que ele estivesse triste e somente esperando por ela? Ela era uma pessoa horrível por querer isso?

Seus passos pararam quando viu uma loja com grandes televisões mostrando os Vingadores, todos eles, reunidos e sorrindo, comemorando uma vitória. Sn sentiu seu estômago embrulhar de novo quando viu Steve, completamente machucado e destruído, abraçar Natasha e lhe beijar com empolgação, vendo ainda, todos seus companheiros comemorando ainda mais.

Ela não conseguiu se focar no que a repórter falava, sobre quem eles derrotaram, ou o que nesse caso. Seus olhos só viam Steve e sua esposa. E aquela imagem a fazia querer morrer.

Ela queria socar aquela televisão, queria fazer aquela imagem sumir, mas tudo o que pôde realmente fazer, foi soltar um soluço em meio a mais lágrimas, antes de se virar e começar a caminhar, passando pelas comemorações e abraços em grupos, desviando da felicidade de todos que via. Em algum momento, conseguiu sair de sua cidade, andando pela estrada enquanto o sol se punha, e uma leve chuva caia e consequentemente, lhe deixava molhada e com frio.

Sn andou até que seus pés não suportassem mais. Ela tinha pouco dinheiro em sua carteira, tinha certeza quase certeza que nenhum de seus cartões iria funcionar, e obviamente não iria colocar os pés naquela casa de novo.

Por sorte, ela viu uma luz vermelha brilhando na estrada fria, como uma luz no fim do túnel, anunciando que tinham quartos por baixo preço disponíveis. Ela imediatamente andou até o saguão do pequeno hotel, sendo atendida por uma senhora que definitivamente não parecia ler a tristeza clara dela.

- Hoje foi ótimo dia não é? Meu esposo acabou de voltar para casa... Eu quase perdi minhas esperanças, mas sempre soube que ele iria voltar. - a senhora disse, com um sorriso tão belo que fazia Sn querer vomitar de novo. - sempre soube que eles iriam trazer todos de volta... Você perdeu alguém também? Oh o que importa não é? Todos voltaram! - a senhora continuou e Sn sabia que ela só estava feliz por ter seu amado de volta, mas sinceramente, ela só queria que a aquela senhora calasse a boca e lhe desse logo sua chave do quarto.
- Pode só me dar a chave do quarto mais barato que tem? - Sn falou interrompendo a senhora, que não pareceu gostar disso, mas disfarçou bem.
- Aqui, querida... Você não é uma daquelas é? - a senhora perguntou e Sn ergueu sua sobrancelha como se não entendesse o que ela falou. - sabe... Não faz parte daqueles grupos que diziam que ele estava certo... Não aceito esse tipo aqui. - explicou apontando para uma placa que dizia: nos reservamos o direito a negar atendimento para qualquer um. Sn fechou seus olhos, respirando fundo antes de se forçar a dizer algo.
- Eu não faço ideia do que está falando. - Sn respondeu com um tom forte e raivoso. -  Hoje não foi uma dia bom, sabe por que? Eu voltei, mas minha casa não é mais minha. Eu não tenho minhas roupas, ou qualquer coisa. Sequer tenho alguém para abraçar. - ela tentou disfarçar sua voz quebrando, mas sabia que não iria conseguir disfarçar suas lágrimas. - Porque quem eu mais amava me superou. Casou e agora tem a porra de um filho. - ela respirou fundo antes de continuar. - Então, minha senhora, eu repito, será que posso ter a chave do seu quarto mais barato para que eu possa tomar um banho, e cair na cama e chorar até que você me expulse daqui, ou eu vou ter que andar por essa merda de estrada até achar outro hotel e me hospedar lá?! - falou e por mais que não quisesse ser rude, estava tão cansada de ver a felicidade ao seu redor, cansada de ver todos felizes por estar de volta, quando ela, não queria nada mais do que desaparecer de novo.

IMAGINES ALEATÓRIOS PARTE IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora