— Tá, a culpa é minha. — Neguei com a cabeça, ele não tava sendo escroto... Não era pra eu estar sendo agressiva com ele. Barbás era um puta homem, eu tinha que valorizar o caráter dele. — Desculpa, mas não é nada demais mesmo. Eu só me preocupo se a hora que eu quiser ter um bebê e você não tiver afim chegar.
— Quando chegar, a gente volta a falar sobre isso. — Murmurou, enquanto dirigia até a Cachopa, onde pegou a rua que dava pra casa dele... agora nossa. Ele estacionou o carro na garagem e nós saímos de dentro. Já estávamos entrando em casa, quando ouvimos a campainha. A gente se entreolhou e o Barbás pegou a pistola que tinha deixando embaixo do banco do carro e foi lá atender. Segui de perto pra ver o que era...
Ele abriu a porta muito devagar, olhando lá fora e apontando discretamente a pistola pro menino que tava na rua. O garoto, que devia ter uns 15 anos no máximo, pulou no lugar e arregalou os olhos. Segurei o braço dele.
— É só um moleque, Barbás. Abaixa isso ai. — Pedi e ele atendeu, guardando a pistola na cintura e terminando de abrir a porta. O William sempre tinha tido esse lance desconfiado das coisas, mas ultimamente ele tinha ficado mil vezes pior. Ele ficava escaldado com literalmente qualquer coisa.
— E ai, fiel? — Perguntou pra ele. — Que que foi? — O menino levantou uma bolsa de papel, preta, toda chique. Parecia daquelas lojas de madame.
— Falaram que eu trazer pra tu, chefe. Eu tava esperando cê chegar aqui. — Falou. Barbás pegou a bolsa e um brilho de reconhecimento passou nos seus olhos, depois um sorriso de canto surgiu. Ele olhou rapidinho a coisa e entregou na minha mão. Bati o olho rápido pelas letras bonitas, analisando o visual elegante da coisa. Na frente, estava escrito 'HSTERN'. — É lá da boca da Barcelos, o TK falou que mandou buscarem hoje.
— Tô ligado. — Ele confirmou. — Valeu ai, meu bom. — Barbás pegou a carteira no bolso e deu uma nota de 50 do garoto, cujo o rosto iluminou quando viu a nota. Ele se despediu e fechou o portão de novo, passando a chave.
— Que isso? — Perguntei, enquanto ele ia até a porta de casa e abria. Eu fui fuxicando a embalagem, abrindo com cuidado os grampos que mantinham ela fechada. Coloquei ela aberta em cima do bar e fui tirando as caixas que tinham lá dentro. — É jóia? Quanto tu gastou nisso homem?
Tinha umas 4 caixinhas lá dentro, todas em veludo preto com o nome da marca entalhado elegantemente na tampa. Ele veio pro meu lado, pegando a menor dela e tirando o lacrezinho que tinha ali. Grudei meus olhos na coisinha quando ele foi abrindo e o que tinha lá dentro... caralho, me tirou o fôlego legal. Duas alianças de ouro, uma delas larga e plana, a outra mais fina e cravejada de pedras... caralho, diamante? Porra, meus olhos brilharam na hora. Ele tirou a mais grossa do lugar e virou pra eu ver o que tinha escrito dentro dela... o nome 'Marina'.
Tossi com a beleza da coisa e pisquei, nervosa e com um sorriso todo bobo no rosto.
— É nossa?
— É claro que é nossa. — Confirmou. — Nossas alianças. Achou mesmo que eu ia te deixar usando bijutaria pro resto da vida?
— Ah, sei lá... — Dei de ombros. Eu não me incomodaria... — Eu gosto das nossas alianças. Elas são simbólicas, po. A gente casou com elas.
— É, mas agora a gente vai trocar por umas mais bonitas. Umas que são alianças de verdade. — Ele disse pegando a minha mão. Barbás tirou o anel simples que estava no meu dedo anelar esquerdo e colocou a nova no lugar. Na parte de dentro, o nome William. Fiquei admirando a beleza da peça... Putz, cara. Olha pra essa coisa! Ela é toda bonita, toda refinada, a cor do ouro constrastou lindamente com a cor da minha pele. Os diamantes, cravejados em fileira pelo anel, brilhavam tanto que eu me sentia incapaz de desviar os olhos deles.
— Não joga as antigas fora. — Pedi, pegando a peça dele e fazendo a mesma coisa. Tirei o anel que ele tava usando e coloquei o de ouro reluzente. Elas faziam um par, eu notei uns segundos mais tarde, quando juntamos as mãos.
— Não vou. — Prometeu. — Gostou?
— Elas são muito lindas. Combina com a gente. — Concluí, pulando no pescoço dele. Beijei a sua mandíbula e depois o pescoço, passando meus dedos entre os cabelos curtos dele.
— Não acabou não, vem cá. — Ele voltou pra perto das coisas, me puxando junto com ele. — Comprei uns negócios pra gente.
Barbás abriu uma das caixas largas, fazendo surgir um colar de ouro, equivalente ao das alianças, com um pingente em formato de "estrela", com vários diamantes em cada extremidades, além de um único, maior que os demais, bem no centro. E não era aquelas estrelinhas de jardim de infância, parecia mais uma explosão, irradiação de luz. Era lindo... Muito lindo. Junto com ele, um par de brincos que repetia o padrão do colar em uma escala menor.
Lentamente, ele puxou o cordão pela corrente para fora da embalagem.
— Vira. — Sussurrou com a voz rouca, em seu jeito mandão de sempre. Atendi ao pedido, piscando vagarosamente. Ele puxou meus cabelos para o lado e passou a correntinha pelo meu pescoço, travando o fecho na minha nuca, onde ele deu um beijo suave antes de se afastar. Me virei pra me olhar no espelho, só pra ficar encantada com a beleza do colar. Era tão lindo... tinha ficado tão bonito em mim. Pisquei pela emoção do presente. Enquanto eu fui colocar os brincos que faziam par, Barbás foi abrindo as outras. Em uma deles, estava o que eu já imaginei ser um relógio. Era um dos grandes, bem do jeito que ele gostava. Aquele homem era doido por relógios de pulso, ele tinha um monte e continuava comprando mais... Bom, era algo que eu sabia que podia dar de aniversário pra ele. Na outra caixa, ele tinha comprado uma corrente grossa. Ficamos ali, provando as coisas que ele tinha comprado e namonrado as peças.
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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...