— Teu trabalho acabou, 'leque. Tranca tua porta. — Mandei, descendo as escadas rapido, passando pela sala dele e saindo da casa. — Valeu ai, dona. — Agradeci, passando o fuzil pra frente e deixando a pistola num lugar mais acessível, enquanto me ocultei na quina de uma casa, esperando a porra do Peralta se aproximar. Quando ele já tava em cima, eu sai do meu lugar e voltando pro meio de rua, vendo a surpresa de me ver ali transformar a cara dele.
— Mete o pé, irmão, ela é problema meu. — Falei, estreitando os olhos pra ele, que riu.
— Problema teu é o caralho, se tu cuidasse da tua puta direito, ela não tinha enrolado a gente do jeito que ela fez. — Falou, zunindo de raiva. — Tu sabe que essa cachorra tá com a porra do celular ali dentro, não sabe? O inútil do fiel não serve nem pra vigiar essa porra, caralho. — Reclamou e eu não me abalei 1%. — E sabe o que vai acontecer nessa porra? Que os homem vão chegar ai e saber exatamente onde cada um de nós tá, a gente vai morrer de burro por causa dela.
— Acabou? — Perguntei, esperando o show dele terminar. Foda-se que ele não acreditava nela.
— Só acaba quando eu botar pra fazer valer a lei dessa favela aqui. A maior prova de que essa puta não é inocente é isso ai que ela fez nas nossas costas. Sabia que a gente não tinha que ter abrido brecha só porque ela é tua mulherzinha e a irmãzinha da porra do Russo, que é outro frouxo. — Ele veio andando na minha direção, parando na minha cara. Eu continuei encarando ele com seriedade. — X9 morre nessa porra.
Coloquei a mão pra trás, pegando a pistola que tava na parte de trás da bermuda na miudinho, pra ele não notar. Antes que eu respondesse qualquer coisa, a Nina apareceu na janela de novo e na surpresa, ele pegou a arma dele e atirou contra ela, estourando o vidro, que estilhaçou e voou em todos nós. Veio um monte de caco na minha cara e a minha única reação foi me jogar contra ele na hora, pra impedir que o pau no cu continuasse atirando pra dentro da casa. Nós dois caímos no chão e, óbvio, virei o alvo da vez dele. A gente entrou em luta corporal, eu foquei em segurar a mão dele que segurava a pistola, pra não tomar um tiro na cara de bobeira. A merda toda é que meu fuzil tava pra frente, com o cordão ajustado pra atirar, o que me deixava sem mobilidade nenhuma nessa porra. Eu não tava preparado praquela porra, ele, por outro lado, aproveitou que eu tinha que impedir ele de usar a pistola e usou a mão livre pra empurrar o metal do meu fuzil contra a minha cara.
Com a porrada, eu me desestabilizei e ele aproveitou pra descer uma coronhada na minha nuca com a pistola dele. Fiquei zonzo na hora e ele me empurrou pra trás. Pisquei, tentando fazer meus olhos focalizarem alguma coisa, mas por alguns segundos, eu simplesmente não consegui me mexer. Ele não voltou pra me matar, sabia que não podia, mas foi pra cima da pessoa que ele efetivamente tinha como fazer alguma coisa contra: a Nina. Eu não consegui impedir na hora, já que tava lutando pra minha mente voltar pro lugar e ignorar a dor no pescoço. Fui me levantando, meio bambo, pouquíssimo tempo depois. Eu não tinha tempo pra perder.
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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...