E mano, eu realmente levei um tempão pra acabar aquilo. Já devia ser metade da tarde quando eu terminei, ai eu ia levar pra Xica e pro TK do outro lado da rua as remessas. Quando eu saí pra levar as últimas, ouvi uns gritos na porta da frente. Era o Barbás surrando um dos caras da endola, com a pistola apontada na cara dele. O cara tava encostado no muro, com uma expressão apavorada no rosto.
— Tu tá maluco, porra? Tá maluco de ficar em falta com os amigos? — Falou ele, com o TK atrás olhando. Parei do lado do Tulio com uma cara de interrogação.
— Coé, Barbás, alivia essa ai pra mim, pelo amor de Deus.
— Aliviar o que, parceiro? Tu não já tá cansado de saber como funciona 'sa porra aqui não? E se eu tivesse perdido o dia por causa dessa bosta, irmão? Ia dar merda pra mim e tu, com certeza, ia rodar. — Falou puto. — Ai me faz todo mundo aqui se foder até agora por irresponsabilidade tua. A parada era eu te mandar lá pra cima e dar um tiro na tua mão, pra tu aprender andar no certo.
— Que isso, me desculpa. Eu preciso da mão pra trabalhar, cara. — E começou a contar história triste da vida dele. Ah, isso sempre funcionava.
— Ele leva o trabalho puta a sério. — Falei em tom baixo pro TK.
— Tem que levar mermo, essa ai é a missão dele. Se a boca para, a culpa é dele, tá ligada? O mundo do crime não admite erro não, Nina. Vai aprendendo ai.
— Já aprendi, já. — Passei a mão nos braços, lembrando da surra que eu quase tomei. — Meu calcanhar ficou roxo quase a semana toda.
— Mas tu aprontou, não foi?
Dei um sorrisinho pra ele, mas quando eu ia rebater, uma parte da história que o homem contava me chamou a atenção. Eu ouvi ele falar o nome da minha mãe e de um dos meus irmãos.
— Espera, espera ai. O que tu falou mesmo?E mano, eu realmente levei um tempão pra acabar aquilo. Já devia ser metade da tarde quando eu terminei, ai eu ia levar pra Xica e pro TK do outro lado da rua as remessas. Quando eu saí pra levar as últimas, ouvi uns gritos na porta da frente. Era o Barbás surrando um dos caras da endola, com a pistola apontada na cara dele. O cara tava encostado no muro, com uma expressão apavorada no rosto.
— Tu tá maluco, porra? Tá maluco de ficar em falta com os amigos? — Falou ele, com o TK atrás olhando. Parei do lado do Tulio com uma cara de interrogação.
— Coé, Barbás, alivia essa ai pra mim, pelo amor de Deus.
— Aliviar o que, parceiro? Tu não já tá cansado de saber como funciona 'sa porra aqui não? E se eu tivesse perdido o dia por causa dessa bosta, irmão? Ia dar merda pra mim e tu, com certeza, ia rodar. — Falou puto. — Ai me faz todo mundo aqui se foder até agora por irresponsabilidade tua. A parada era eu te mandar lá pra cima e dar um tiro na tua mão, pra tu aprender andar no certo.
— Que isso, me desculpa. Eu preciso da mão pra trabalhar, cara. — E começou a contar história triste da vida dele. Ah, isso sempre funcionava.
— Ele leva o trabalho puta a sério. — Falei em tom baixo pro TK.
— Tem que levar mermo, essa ai é a missão dele. Se a boca para, a culpa é dele, tá ligada? O mundo do crime não admite erro não, Nina. Vai aprendendo ai.
— Já aprendi, já. — Passei a mão nos braços, lembrando da surra que eu quase tomei. — Meu calcanhar ficou roxo quase a semana toda.
— Mas tu aprontou, não foi?
Dei um sorrisinho pra ele, mas quando eu ia rebater, uma parte da história que o homem contava me chamou a atenção. Eu ouvi ele falar o nome da minha mãe e de um dos meus irmãos.
— Espera, espera ai. O que tu falou mesmo?— O que tu vai fazer com ele? — Perguntei pro William quando ele chegou perto de mim.
— Sei lá, não decidi ainda. Se pá eu vá entregar ele na mão do Caburé e deixar ele fazer o que ele quiser, ele vai dar um jeito de ensinar esse puto ai a ser responsável.
— Ai vai ter que procurar outro endoleiro, Barbás. Vai atrasar a semana toda. — Tulio falou, estalando os dedos da mão. Ele me olhava pelo canto dos olhos.
— É, e ai deixa os caras fazerem o que quiser aqui dentro? Daqui a pouco isso aqui tá um puteiro. — Reclamou o gerente, batendo as mãos uma nas outras.
— Não tô falando que tu não deve fazer, mas que vai dar merda do mesmo jeito. Ela deve ter uma ideia melhor. — E apontou pra mim. — Foi pra isso que tu chamou a gente aqui, né não? — TK olhou pra mim.
— É tipo isso. — Falei, olhando pro Barbás com a minha melhor carinha de cachorro pidão. Eu tinha certeza absoluta que ele ia falar não, a culpa ia ser minha mesmo, mas eu precisava tentar. — Cara, eu quero muito ver os meus irmão de novo.
— E tu não foi ainda por quê? Brigou com a tua mãe? — Quis saber o gerente.
— É... A última vez que a gente se viu ela tava mandando eu me esquecer que era filha dela. Agora eu não posso ver os meus irmãos e isso tá me matando desde que eu saí da cadeia. — Meio que confessei meus sentimentos pros dois, comecei a entrelaçar os dedos com a intensidade dos sentimentos que me pegavam. Porra, eu sentia muita saudade dos moleques, tudo o que eu queria era a oportunidade de dar um abraço neles de novo. — Na verdade, o motivo de eu ter começado a trazer e levar droga do morro foi por causa deles mesmo. E agora isso.

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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...