138

2.3K 158 1
                                    

Tá, a gente sabia que não dava pra ficar no lazer, mas isso foi irrelevante. Quando fui ver, eu já tava tirando a camisa que eu vestia e jogando do outro lado do quarto. Barbás olhou pro celular um segundo apenas, antes de desistir de esperar e vir até mim, passando o peça de roupa preta por cima da sua cabeça e sumindo com ela. Grudei nele, pulando e abraçando sua cintura com as minhas pernas. Beijei sua boca, depois sua mandíbula, a raiz da barba, depois pro pescoço... Em resposta, ele apertou a minha cintura até marcar.

Com ele era sempre assim, uma atração irresistível, um tesão que parecia rasgar a gente em dois, química, conexão, amor. Ele me derrubou na cama, ajoelhando na minha frente e engatando os braços nas minhas coxas. Suspirei em antecipação, sentindo a língua dele em mim. Ele sabia fazer do jeito que eu gostava, do jeito que fazia minha cabeça rodar... Com dois dedos, Barbás estimulava o meu canal, enquanto a língua o meu clitóris. A sensação era totalmente bizarra, porque ele estimulava todos os meus pontos... ai, chupava tão gostoso que eu ficava até desnorteada. Gemi alto, agarrando os cobertores e os prendendo entre as minhas mãos e passando a ponta dos pés pelas costas dele.

— Vem cá. — Suspirei, sentindo a voz sumir. — Mete em mim... por favor.

Ele me encarou com olhos selvagens e a respiração descompassada. Eu daria um jeito de compensar ele por aquilo depois... Puxei ele pela mão para o meu lado. A gente sem fazia um jeito tão bruto, tão carnal... hoje eu queria que fosse um pouquinho diferente. Hoje eu queria olhar nos olhos dele com calma, queria sentir a paixão lentamente, queria lembrar daquilo depois. Ele se ajoelhou na minha frente e me puxou pela cintura, provavelmente compartilhando do meu pensamento. Vagarosamente, se posicionou na minha entrada e deslizou pra dentro de mim, mantendo sempre a imensidão castanha do seu olhar em mim. Solucei, perdendo uma batida e o ar quando ele chegou ao fundo, se inclinando sobre mim e pairando com o apoio dos braços sobre o meu rosto. Lindo... ele era tão lindo. Aqueles olhos, aquele rosto, sempre tão cheios de mistérios, tão trancados e ocultos como um segredo, agora estava tão entregue à mim. Eu conseguia ver os seus sentimentos, conseguia enxergar o seu amor... Ele me amava, sabia. Só esperava que ele conseguisse entender a mesma coisa nos meus.

— Ah... — Babulciei quando ele se movimentou, espalhando pequenas descargas elétricas pelo meu corpo todo. Apertei a musculatura ao redor dele e o ouvi grunhir. Sorri em resposta, virando meu rosto para beijar a sua mão que estava apoiada bem ao lado de minha cabeça. Ele escorregou o polegar por entre os meus lábios e eu passei a língua provocativamente por ele.

Passei a me movimentar com ele, empurrando meu quadril na sua direção, enquanto ele me respondia socando cada vez mais rápido, mais fundo. O prazer me balançou, me tonteou e eu perdi a noção das coisas que eu tinha pra fazer. O fato da gente estar se escondendo se tornou irrelevante, porque eu não conseguia mais ficar em silêncio de qualquer jeito. William riu e se inclinou sobre mim, me beijando e sufocando meus gemidos com a sua boca. Talvez aquele fosse a transa mais delicada que a gente já teve... Apesar de eu amar o furacão, eu tinha que reconhecer que a calmaria também era agradável. Mordi o seu pescoço devagar e ele passou a mão por trás da minha cabeça, entrelaçando os dedos pelos meus fios de cabelo, sem puxar... o que era meio surpreendente pra mim. Sorri, abraçando os seus ombros com meu braço.

O amor era como os raios de sol de uma manhã de verão, quente, prazeroso e fundamental... Inigualável, nenhuma outra sensação podia se comparar.

[...]

O relógio do celular marcou 5h da manhã. Russo estava dando os informes daquele que ia ser o seu último contato. Eles tinham segurado as bordas da Cachopa, mas, de fato, a Dionéia estava perdida. Eu e ele sairíamos daqui antes do dia nascer, já que a noite era melhor pra se camuflar. Ele correu atrás de um dos jeans que ele usava quando novo e deu uma limpada a jaqueta escura dele e ela tava bem 'ok' pra usar. Eu, por outro lado, tive que revirar o guarda-roupas da mãe dele. Eu não sabia o que usar pra passar despercebida... esse era o segredo pra chegarmos vivos na baixa Rocinha. Acabei pegando uma legging escura, que eu vesti junto com a minha roupa íntima. Eu sei um jeito de lavar minha calcinha e a faixa-sutiã e deixar secando na pia. Tinha adiantado, ainda estava um pouco úmido, mas dava pra usar. Coloquei a faixa e fui até as gavetas de roupa do Barbás, querendo uma das suas blusas de botão. Ficou tipo uma bata em mim, quando coloquei, abotoando até a metade e enrolando as mangas até os cotovelos. Era uma roupa confortável, ágil, discreta. Achei um outro cadarço pro meu tênis e o reamarrei nos meus pés, reparando como as manchas de sangue davam à ele um aspecto meio assustador...

— Tá pronta, Nina? — Ele parou ao meu lado, enquanto eu terminava de dar um laço bem dado no cadarço novo. Engoli em seco e confirmei com a cabeça.

— Nasci pronta.

Ele me escondeu a pistola dele, que eu peguei ao levantar. Testei as travas e o pente, que estava com quase todas as balas.

— Então bora que tá na hora. A gente termina de se armar na rua. — Ele ajeitou o fuzil dele na próprio corpo, vendo se tava tudo encaixado direito. Enquanto ele avisava ao Russo e o Parma que a gente tava saindo dali, eu aproveitei pra ligar pro Mandarim. Ele não demorou pra atender.

— Bom dia, Carlos. — Cumprimentei e ele devolveu a gentileza. — Qual vai ser hoje? — Perguntei, estalando os dedos da mão livre. Botei no viva voz pro Barbás escutar.

— Eu vou botar a tropa na rua daqui a pouco, Nina. Vai ser aos poucos, pra não chamar a atenção, cada comboio por um caminho. 80 homens. Dá, não dá?

Amor na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora