CORAÇÃO EM GUERRA
Sinopse:ㅤㅤㅤ"Sou a morte, o diabo, o capeta, a careta que te assombra quando fecha o olho. Sou seu colete à prova de balas, seu ouvido à prova de falas... Eu vou tomar nosso mundo de volta." Djonga
ㅤㅤㅤHá 5 anos ela foi acusada de trair o homem a quem ela amava e o colocar na cadeia. Sem a oportunidade de se defender, Marina foi se ocultar na fronteira com o Paraguai, onde transformou as modestas rotas de contrabando do pai em uma mina de ouro. No Rio de Janeiro, o seu ex-marido tinha conquistado tudo o que eles tinham sonhado. Como o frente da Rocinha, agora ele vivia numa incansável busca por ela, a mulher que tinha lhe apunhalado pelas costas e lhe roubado muitos anos de vida. O proceder é um só: na lei da favela, a honra se lava com sangue.
ㅤ ㅤ Nesse mundo, entretanto, há laços que nem mesmo a força do tempo pode destruir, mesmo que seja do nosso desejo esquecer. Pra eles, o destino parecia ter outros planos...____________________________
PRÉVIA 01:
"— Como é lá, mamãe? — Ela murmurou baixinho pra mim. Passei a mão nos seus cabelos, ajeitando a catéter nasal.
— É... bonito. Tem praia. Você não disse que queria conhecer uma praia? — Perguntei.
— É. — Ela ficava amoadinha sempre que o quadro de anemia piorava. O catéter fazia ela se sentir melhor, enquanto a gente ia tratando do jeito que podia.
— É onde mora o tio Wallace e a tia Dalila. Você não gosta deles? — Sabia que aquilo ia animar ela de alguma forma. Viagens longas eram complicadas pra Maria e aviões estavam fora de cogitação. A saúde dela oscilava muito, ela passava longos e longos períodos muito bem, mas se eu me descuidasse, a imunidade caia, as anemias apareciam e ai vinham os problemas.
Suspirei, pensando no que faria quando chegasse até minha terrinha. Mesmo que eu quisesse evitar o Barbás, eu não poderia. Maria precisava de algo que só ele tinha... e eu ia atrás de um jeito ou de outro. Eu jamais conseguiria deixar minha filha sofrendo pela minha covardia."__________________________________
PREVIA 02:"— Recuerde recoger la carga en el río hoy. En la frontera argentina. — Lembrei pro primo. Esperava que nenhum deles resolvessem cagar tudo na minha ausência, enquanto o Rogier não chegasse lá pra me cobrir. O plano era ficar uns bons meses fora, por isso, o único outro homem habilitado pra dirigir as entregas era o meu tio de consideração. Sabia que ele ia dar conta e botar ordem na casa quando chegasse, o problema era até lá... — No dejes que el paraguayo negocie, el precio ya está establecido. Sé firme, chico...
Eu já tava prevendo a dor de cabeça, mas eu tinha que confiar que o garoto ia fazer direito. Mesmo assim... ele era muito novo. Eu tinha quase certeza de que iam enrolar ele na hora de entregar a mercadoria. Porra, na boa? Eu ia ficar maluca se eu tivesse que dar conta de favela e de droga na fronteira. Se ficassem me ligando a cada hora pra perguntar um bagulho básico, o surto era certo. Porra, não é possível que eles não soubessem o procedimento. Eu só esperava que o Rogier tivesse chegando lá o mais rápido possível. Enquanto isso, ali eu tinha reunificar e refortalecer as favelas que tinham sido do meu pai e, agora, tavam na minha conta. Foda-se se eles não tavam afim de ser mandados por uma mulher, a escolha não era deles. Manda quem pode, obedece quem tem juízo."_________________________________
PRÉVIA 03:
"Eu sabia que eu não devia fazer isso, mas eu não conseguia me aguentar. Eu precisava ver ele, de um jeito ou de outro. Se eles não tivessem me ajudado, eu ia ter dado meu jeito e ido sozinha. Precisava olhar, com os meus próprio olhos, pra ter certeza que era ele mesmo... que ele tava vivo e bem. Só assim pro meu coração entender... pra aplacar aquele desejo quase suicida de ir na direção dele.
Ali, coberta de roupas largas dos pés à cabeça, com um boné e óculos no rosto, eu me estiquei pra além daquele beco, me apoiando e parcialmente me ocultando atrás de um poste. Ali eu consegui ver ele.
Sentado numa padaria, com uma porrada seguranças o orbitando como se fosse o sol, Barbás parecia bem. Ele ouvia atentamente o que uma mulher dizia pra ele, com uma expressão mais carrancuda da que eu me lembrava no rosto. Se eu ainda o conhecia bem, ele parecia entediado e irritado com o assunto, o pé batendo repetidamente no chão, como um 'tique' era o que o tinha denunciado. Ele só fazia aquilo quando estava preocupado ou nervoso com alguma coisa. Meu coração pulou uma batida e eu prendi a respiração sem nem perceber. Um calor bizarro se espalhou pelo meu corpo e, cacete, achei que fosse chorar. Ele continuava o mesmo em aparência, exceto por algumas tatuagens a mais aqui e ali. Era quase como se o tempo nunca tivesse passado...
— Tá bom, já deu pra matar a saudade. Agora bora antes que alguém te reconheça aqui. — Larissa mandou, puxando meu braço."

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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...