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— Entendi.

— Se vocês quiserem fechar comigo, eu quero que tu esteja lá na frente com cedo da manhã, vou te mandar o horário e o lugar certo no dia. — Instruiu e eu fui anotando tudo mentalmente. — Tu vai levar meus homens até os teus e a gente vai conversar rápido. Só tem que ficar certo de que eles vão aceitar o que eu te falei, depois que a gente terminar com isso ai, se voltar atrás...

— Não vão voltar. Eles tão sabendo como é que é. — Respondi.

— Se você não tiver lá, eu também vou entender que vocês não quiseram minha ajuda. Ai, se der tudo errado, antes de eu entrar, eu vou te dar a planta de como tu vai tirar tua família dai. Vai ter uma rua específica que eu vou deixar uns caras esperando vocês, ninguém vai dar tiro em quem vier por lá, então, cês podem ficar tranquilo. Isso tudo eu só vou passar no dia pra não ter risco de vazar. Tranquilo?

— Uhum.

— Então tá fechado. Se cuida, eu vou estar te esperando. — Se despediu. — Não dá mole ai na pista.

— Tá bom. — Sussurrei, sentindo o cansaço pesar e me fazer deitar de novo no colchonete. — Valeu, a gente se fala... er... pai.

Ele fez um 'hum' e eu tive a impressão de que ele sorriu do outro lado. Desliguei e fui direto pro whatsapp, verificar se eu tinha recebido alguma reposta do Barbás. Nada... Mesmo assim, eu precisava falar com ele, então, comecei outro áudio.

— Tá, eu sei que tu não quer falar comigo, mas eu preciso te contar isso. Eu sei que eu tô com celular e que eu tô no erro, mas é caso de vida ou morte. — Comecei com um tom impaciente na voz. — Amanhã eu tenho que estar lá embaixo cedo e encontrar com o Carlos, ele vem visitar. — Debochei, com todo o desgosto do mundo, por saber que não estava sendo desacreditada pelos pessoas que deveriam levar o que eu dizia muito a sério. — De qualquer jeito, se vocês não quiserem aceitar, eu ainda quero tirar você, o Russo, a Dalila e o TK junto com a minha família daqui. Então, pelo menos de Deus, entra em contato comigo.

E enviei, deixando o celular de canto outra vez. Enfiei a cabeça no travesseiro pra abafar os meus sons e gritei. Gritei pra caralho, de agonia de não poder fazer mais nada... até minha garganta doer.

Amor na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora