Eles começaram naquela putaria deles, eu fiquei na minha, fumando meu baseado e com o celular na mão. Tava mandando mensagem pras piranhas do meu contato, a ideia era descer e ir encontrar ela lá em baixo. Ia estar cheio pra caralho, mas a vida era feita disso, né irmão? Baile era essa zona mesmo, todo mundo socado em cima de todo mundo e foda-se. Era a curtição da rapazeada... Agora vê, caralho. Nego sobe pro camarote pra jogar garrafinha em plena madrugada. Nem fodendo, parceiro. Viadagem do caralho.
Eles ficaram jogando lá e eu nem prestei a atenção. Tinha coisa mais importante pra fazer.
— Ai, deu tu, Barbás. — Ouvi o Russo falar do meu lado, mandando eu olhar pra frente.
— Tô participando não, irmão. — Falei, voltando meus olhos pro celular. Eu nem me liguei em quem tinha caído, realmente tava nem ai.
— Quero fazer a pergunta, então. — Ouvi a Marina falar e se inclinar pra frente. Na hora eu olhei pra cima de volta e vi ela olhando dentro da minha cara. Ai que eu fui ver a porra da garrafa, o bico tava apontando pra ela, mas o fundo pra mim. — O seu nome é Barbás mesmo? — Perguntou antes que eu pudesse cortar ela.
— Tu já viu a mãe de alguém botar o nome Barbás numa criança? — Eu quase ri, fi. Não era possível um negócio desses.
— Sei lá, po. Eu já ouvi o nome de todo mundo aqui, mas ninguém nunca te chamou pelo teu. — Ela rebateu, cruzando os braços e fazendo um biquinho. Marrenta do caralho. — Me fala o seu nome.
— Achei que fosse uma pergunta só. — Não respondi de propósito, imitando a posição de puta dela. Na real, eu tinha até achado graça da parada, ela parecia intrigada mesmo. Que ideia, porra... Mas não tava óbvio que era meu vulgo. A Sandra deu uma zoada e ela ficou puta, quase começou um cao ali na mesa, mas os parceiros separaram. O joguinho seguiu mesmo com elas com cara de cu uma pra outra. Os caras notaram que eu não tava muito afim de papo ali e sempre que caia próximo de mim, eles assumiam que tinha sido a pessoa do eu lado. Não tinha caido mais nenhuma vez que a garrafa tinha apontado diretamente pra mim.
Eu fiquei olhando só de esguelha pro que o povo tava fazendo, na real eu já tava de papo com a Carol que morava na 2. Ela tava saindo de casa agora e vindo pro baile, quando ela chegasse se pá eu ia lá na principal buscar ela. Nas vezes que eu levantava a cabeça, tinha um olhar pesado em mim. Ai eu me deparava com o decote do vestido que a desgraçava usava e perdia um pouco a noção do que eu tava fazendo. Caralho, na boa... Eu nunca tinha tido uma mulher que eu não queria me envolver de jeito nenhum, mas que me deixasse daquele jeito. Irmão, aquilo não ia prestar.
Eu nem via o tempo passar, mas o bagulho começou a ficar ruim entre as minas de novo e resolveram acabar por ali. Uma delas voltou com uns saquinhos de cocaína, o povo resolveu cheirar e continuar bebendo ali. A mina continuou jogando pra mim ali, parecia que fazia de propósito a vagabunda. Sabia que eu ia ter que olhar ela de alguma maneira, eu era homem, porra... Caralho mano, se eu ficasse ali, eu ia acabar fazendo merda.
— Vou lá no largo buscar uma pessoa ai, irmão. Mais tarde a gente se encontra ai. — Falei pros meus parceiros, levantando da cadeira, guardando minha pistola, pegando meu fuzil. Só que ela levantou na minha frente, falou pras amigas que ia fazer alguma coisa no banheiro do andar de baixo e saiu, ela fez tudo isso olhando pra mim. Ah irmão, foda-se. Eu tentei.Atrás dela, saiu o Marciano da baixa, provavelmente indo encontrar ela lá em baixo. Estreitei os olhos, vendo a cena se desenrolar na minha frente. Minha mão ficou parada na pistola.
— Amanhã é outro dia, parceiro. — Falou TK com um sorrisinho sacana na cara. Ele sim, entendia de fazer bosta.
Olhei pra cara dele, ele sabia que era pra ficar em silêncio sobre qualquer suposição que ele tinha feito. Dei um tchau pro pessoal e desci as espadas, parando no 2° andar. O celular apitou no bolso, devia ser a Carol, mas foda-se, parceiro. Ela não queria falar comigo? Agora eu ia lá falar com ela. Ali tava com bem menos gente que lá em cima e tinha a área dos banheiros e o depósito ali. Ela tava encostada na parede falando alguma coisa com o Márcio, que tava ali cercando a mina pra caralho.
— Coé, Marcinho. Tranquilo? — Falei, dando minha mão pra ele apertar. — Dá uma licença ai que eu tenho que levar um papo aqui.
— Tô ocupado aqui, amigo.
— É importante, parceiro. Tô pedindo na boa, bora. — Bati a mão na parede, tava impaciente já. Caralho, essa mina ia se ver muito comigo. O olhar de quem estava se divertindo na cara dela, me deixava puto. Ele falou um negócio o ouvido dela e saiu. Ficou só nós dois ali, ela deu um sorrisinho fingindo inocência.
— Que foi? — Perguntou.
— Que foi o caralho. — Me aproximei, empurrando ela de volta pra parede e parando na frente. — Tu tá achando mesmo que eu não tô percebendo o que tu tá fazendo? — Falei num tom bem mais baixo e ela deu uma risadinha.
— Na real, eu só fiz porque achei que você ia perceber. — Ela ficou na ponta do pé e deixou o rosto à centímetros do meu. — Queria ver até onde tu podia continuar me ignorando. — E deu um beijo no canto da minha boca.
Na hora eu enrosquei a mão nos cabelos dela, segurando perto do couro cabeludo, e virei o seu corpo, apertando-a contra a parede. Ela deu um gritinho quando eu me posicionei atrás dela, apressionando o meu pau, já duro dentro da bermuda, contra a bunda bonita que ela tinha.
— É William. — Sussurrei no ouvido dela, beijando o pescoço dela lentamente. — O meu nome.
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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...