— Então fica eu e o Rogier aqui. Ele fica em contato com o pai da tua mulher ai, eu com os nossos fechamentos aqui pra sair tudo certo — Definiu. — O Russo vai contigo, junto com a Larica e a Índia. O TK vai depois, como quem não quer nada, pra vigiar. Tá fechado assim?
— Por mim tá ótimo. — Murmurei e os outros seguiram também. Então é assim que ia ser.
Dali, colocamos todos os detalhes na mesa. Acertamos todos os possíveis finais e fechamos tudo. Dali, o Russo foi providenciar as armas curtas e os silenciadores pra geral, além de todo o resto do equipamento que ia ser usado como os rádios, enquanto o Parma foi pro escritório, arrumar, junto com o Wallace, as coisas que ele ia usar pra se comunicar com a gente e com o comandante da PM. O resto de nós de dispersou pra aproveitar o resto da tarde, já que tinha acabado relativamente cedo.
Barbás precisava desesperadamente tirar um cochilo até a noite, então, deixei ele ir descansar no quarto de cima, enquanto eu arrumei a bagunça que tinha ficado a sala junto com a Madalena. Depois, eu assumi as funções que seriam do Barbás e fui ajudar o Russo e o Parma a organizarem os bastidores. Fui atrás das pistolas, coloquei os silenciadores e os extensores de cartucho, inclusive, depois, ficamos ali pra testar o canal com todo mundo. Ligamos pro comandante do batalhão, confirmando com ele, depois pro porteiro do celular descartável que tinham comprado, por fim, eu liguei pro meu pai e contei pessoalmente os detalhes de como ia acontecer hoje, passando pro Rogier no final.
Quando a noite caiu, estava tudo dentro dos conformes. Agora, era só se equipar e partir pra batalha.[...]
Sair da favela era sempre uma tensão, mas ali, todos estavam bem alimentados por um objetivo. Dei o 'ok' nos operativos do escritório, repassamos todos os passos e fomos em silêncio até os carros. Eu e a Larissa entramos em um, Wallace e o Will foram em outro. Antes de perder o contato com ele, dei uma longa olhada pro Barbás, que me retribuiu o gesto com um aceno de cabeça firme e confiante. Eu sabia que ele que queria dizer "tudo bem" e eu lhe sorri de canto, do jeitinho que ele fazia. Notei ali, que tava começando a roubar muitas das manias dele... É...
Saímos da Rocinha um pouco antes da meia noite e seguimos por São Conrado, passando pelo túnel e o elevado até a Barra. Observei o mar agitado do lado de fora. Ele se estendia pelo horizonte e sumia de vista, numa imensidão tão bonita... A luz da lua dava um brilho prateado para aquelas águas revoltas. A vista dali era inigualável, desde pequena eu adorava passar pelo Joá só pra sentir essa sensação de andar em cima do mar. Coloquei as duas mãos cruzadas no meu ventre em um gesto automático e involuntário. Eu nem reparei o que eu tava fazendo, só aconteceu. De alguma forma, eu sentia uma ligeira ansiedade sobre a presença de uma vidinha ali... Queria sentir, apalpar, ver a coisinha crescendo. Eu precisa muito ir fazer o exame de sangue e começar o pré-natal. Eu queria muito fazer uma ultrassonografia pra ouvir o coração batendo.
De repente, eu reparei que a Larissa, que tava dirigindo concentrada alguns segundos antes, desviava a atenção da estrada pra me olhar pelo canto dos olhos. Recolhi minhas mãos com rapidez, fechando as mãos em punho. Eu não queria que ninguém soubesse disso antes que eu pudesse contar pro Barbás.
— Tá de boa. — Ela disse, voltando à olhar pra estrada. Tínhamos acabado de sair na Barra. — Eu não vou falar nada se tu não quiser.
— Hã?! — Desconversei.
— Eu ficava assim também quando descobri do Pedro. — Contou, dando de ombros. — Vivia com a mão na barriga e pensando na vida. Se você não tiver grávida e eu tiver errada, me desculpa.
— Sério?! — Me virei pra ela, franzindo a testa. — Tipo, eu tô dando super na cara assim?
— É... — Ela deu de ombros. — Não acho que um homem repare nessas coisas, mas uma mãe sempre reconhece a outra. A gente passou por essas coisas também, tá ligada?

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Amor na Guerra
Roman d'amourㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...