Amor na Guerra

13

[...]

Desci as escadas do meu quarto, nos fundos, até a sala de estar, onde Shirley e Dalila já papeavam, a minha espera. Wallace estava no cantinho dele, só no aguarde pra dar aquela carona marota pra nós. Felizmente ele ainda não tinha descoberto nada sobre o lance da boca, apesar de eu achar que não demoraria muito a acontecer. Eu tinha decido que contaria na semana seguinte, o quanto antes, pra que ninguém desse com a língua nos dentes na minha frente.

Pro baile de hoje, eu tive que vasculhar minha mala toda, jogar tudo do avesso pra achar algo decente. Terminei optando por um vestidinho preto colado no corpo e com um decote sensacional, ele deixava meu peito muito bonito mesmo. Vesti uma jaqueta por cima, por causa do frio da noite. Botei um tênis branco mesmo (a seleção natural da favela matava primeiro quem ia de salto ou sapato aberto pro baile, era cada pisão bolado que nós levava no pé...) e fiz uma maquiagem dahora. Escovei meu cabelo pra ele ficar bem lisinho do jeito que eu gostava. Fiquei bem satisfeita quando eu olhei o resultado final no espero, eu tava uma boneca, po. Terminei colocando uns brincos de argola também pra fechar com tudo.

Quando cheguei lá em baixo, o pessoal já tava virando uns shots de tequila. Só pra aquecer, segundo a Dalila. Confesso que os elogios que recebi deram uma boa massageada no meu ego, eu realmente tava precisando de um up na minha moral depois dessa semana infernal.

— Toda trabalhada na beleza, mo. Que isso? — Brincou a Lila, virando um copinho e enchendo outro em seguida. — Toma, vira ai. Tem que virar 3 antes da gente sair.

— Faz muito tempo que eu não bebo, doida. 3 vai me matar.

— Mata nada, bebe ai. — Rebateu a Xica, indo pegar o sal e o limão pra mim. Sorri pra elas, entrando no clima da coisa.

— Se eu der PT, cês que vão ter que cuidar de mim mesmo. — E pinguei uma gotinha de limão, com uma pitada de sal na minha língua, virando o shot de uma vez. Fiz a mesmo com o segundo e o terceiro copinho. Lila veio por trás de mim e balançou minha cabeça que nem aqueles tequileiros gostavam de fazer. Uma loucura...

— Agora sim a gente tá pronto, bora Wallace. — Convocou a Dalila, pegando as coisas e indo pra fora. Wall e a Lila foram na moto dele, eu fui de carona com a Xica na dela. Emparelhados, os dois apostaram uma racha até a última saída mais próxima da quadra. A merda é que hoje ia ter um monte de rua fechada nos entornos, pra receber o baile, o que significava que a gente ia ter que estacionar em um beco qualquer e ir andando, que foi exatamente o que aconteceu.

Conforme íamos avançando pelas ruas, cada vez mais tomadas de gente e de barraquinhas de cachaça e comidas, o som do paredão ia ficando cada vez mais alto, a batida do 150bpm já tava martelando na minha mente e no meu corpo, me deixando ansiosa pra chegar logo na concentração. Hoje o negócio não ia ficar bom não... 3 anos sem curtir um baile na Rocinha, esse ia ser de botar pra foder e matar a saudade... de ficar na memória pra sempre.

Desci as escadas do meu quarto, nos fundos, até a sala de estar, onde Shiley e Dalila já papeavam, a minha espera. Wallace estava no cantinho dele, só no aguarde pra dar aquela carona marota pra nós. Felizmente ele ainda não tinha descoberto nada sobre o lance da boca, apesar de eu achar que não demoraria muito a acontecer. Eu tinha decido que contaria na semana seguinte, o quanto antes, pra que ninguém desse com a língua nos dentes na minha frente.

Pro baile de hoje, eu tive que vasculhar minha mala toda, jogar tudo do avesso pra achar algo decente. Terminei optando por um vestidinho preto colado no corpo e com um decote sensacional, ele deixava meu peito muito bonito mesmo. Vesti uma jaqueta por cima, por causa do frio da noite. Botei um tênis branco mesmo (a seleção natural da favela matava primeiro quem ia de salto ou sapato aberto pro baile, era cada pisão bolado que nós levava no pé...) e fiz uma maquiagem dahora. Escovei meu cabelo pra ele ficar bem lisinho do jeito que eu gostava. Fiquei bem satisfeita quando eu olhei o resultado final no espero, eu tava uma boneca, po. Terminei colocando uns brincos de argola também pra fechar com tudo.

Quando cheguei lá em baixo, o pessoal já tava virando uns shots de tequila. Só pra aquecer, segundo a Dalila. Confesso que os elogios que recebi deram uma boa massageada no meu ego, eu realmente tava precisando de um up na minha moral depois dessa semana infernal.

— Toda trabalhada na beleza, mo. Que isso? — Brincou a Lila, virando um copinho e enchendo outro em seguida. — Toma, vira ai. Tem que virar 3 antes da gente sair.

— Faz muito tempo que eu não bebo, doida. 3 vai me matar.

— Mata nada, bebe ai. — Rebateu a Xica, indo pegar o sal e o limão pra mim. Sorri pra elas, entrando no clima da coisa.

— Se eu der PT, cês que vão ter que cuidar de mim mesmo. — E pinguei uma gotinha de limão, com uma pitada de sal na minha língua, virando o shot de uma vez. Fiz a mesmo com o segundo e o terceiro copinho. Lila veio por trás de mim e balançou minha cabeça que nem aqueles tequileiros gostavam de fazer. Uma loucura...

— Agora sim a gente tá pronto, bora Wallace. — Convocou a Dalila, pegando as coisas e indo pra fora. Wall e a Lila foram na moto dele, eu fui de carona com a Xica na dela. Emparelhados, os dois apostaram uma racha até a última saída mais próxima da quadra. A merda é que hoje ia ter um monte de rua fechada nos entornos, pra receber o baile, o que significava que a gente ia ter que estacionar em um beco qualquer e ir andando, que foi exatamente o que aconteceu.

Conforme íamos avançando pelas ruas, cada vez mais tomadas de gente e de barraquinhas de cachaça e comidas, o som do paredão ia ficando cada vez mais alto, a batida do 150bpm já tava martelando na minha mente e no meu corpo, me deixando ansiosa pra chegar logo na concentração. Hoje o negócio não ia ficar bom não... 3 anos sem curtir um baile na Rocinha, esse ia ser de botar pra foder e matar a saudade... de ficar na memória pra sempre.