— Marcou? Ela que te contou? — Ele perguntou com a irritação mal disfarçada na voz. Ele era um merda em qualquer coisa que tentava fazer mesmo.
— Não. Eu acabei de jogar um verde, tu que me contou o que eu queria saber. — Expliquei, fechando a cara. — Então, já que tu me falou de bom grado o que rolou, eu preciso te dar um papo aqui.
Ele estava 3x mais puto que antes, dava pra ver só na cara dele, mas fiquei quieto e ouviu, encostado no carro. Certeza que ele preferia só entrar no banco do carona e meter o pé dali pra desovar o corpo do Siqueira, mas ia ser uma puta vergonha pra ele. Ia fazer o que? Correr de mim?
— Parceiro, fica longe daquela mina, na boa. — Falei com a voz mais tranquila que eu sabia fazer. — É melhor pra mim e pra você, porque se tu encostar a mão nela de novo, tu vai arranjar problema comigo, sabe qual é? — Marcou? Ela que te contou? — Ele perguntou com a irritação mal disfarçada na voz. Ele era um merda em qualquer coisa que tentava fazer mesmo.
— Não. Eu acabei de jogar um verde, tu que me contou o que eu queria saber. — Expliquei, fechando a cara. — Então, já que tu me falou de bom grado o que rolou, eu preciso te dar um papo aqui.
Ele estava 3x mais puto que antes, dava pra ver só na cara dele, mas fiquei quieto e ouviu, encostado no carro. Certeza que ele preferia só entrar no banco do carona e meter o pé dali pra desovar o corpo do Siqueira, mas ia ser uma puta vergonha pra ele. Ia fazer o que? Correr de mim?
— Parceiro, fica longe daquela mina. — Falei com a voz séria. — É melhor pra mim e pra tu também, porque se tu encostar a mão nela de novo, é comigo que tu vai arranjar um problema, sabe qual é? — Perguntei, olhando diretamente pra cara dele. O M7 não ia ceder pra mim, o cara era o gerente-geral, ele não podia ficar desmoralizado na frente dos caras que ele mandava. Só que ali, a vitória era minha, quem tava com a razão e de cara limpa era eu. Por baixo daquele disfarce porco dele, eu sabia que ele tava trincando de raiva, mas não podia falar nada. Ele quem foi pego no erro. Eu não podia ameaçar ele diretamente, dois caras fortes na favela se jurando ia dar merda, mas eu sabia que ele tinha entendido o recado do jeito que eu falei.
— Então é isso ai. Valeu ai, parceiro. É nós. — Falei, com o mesmo sorriso sacana no rosto, enquanto me despedia dele. O cara entrou no carro e bateu a porta com força, metendo o pé dali. Eu peguei minha moto mais adiante e desci até o largo. Onde eu reencontrei o TK e a Nina.
— O que tu falou com o M7, Barbás? — Foi a primeira que a Marina veio perguntar pra mim.
— Eu te disse que ninguém esconde coisa de mim por muito tempo. — O meu tom com ela era sério. Eu tava puto por ela não ter me contado aqui, tanto quanto ela tava bolada por eu não ter falado nada sobre o Pedro. Eu ainda tinha perguntando pra ela e a filha da puta desconversou.Ela me olhou feio e eu ignorei, o TK tinha um olhar preocupado, parecia meio nervoso, mesmo sem falar nada. Esse era o sentimento de geral que tinha ouvido o que o Siqueira tinha pra dizer. Tinha uma treta foda a caminho e aquela épocas, quando dava merda no comando da favela, eram as mais perigosas. Todo mundo era alvo, a segurança ia pra casa do caralho, os lucros da venda de droga também. Um dia de tiroteio em favela era um dia perdido de venda, era um dia nosso arriscando a vida, um dia que ninguém sabia se ia continuar vivo até o final dele.
— O que que tu acha, Barbás?
— Acho que nós tem que ficar preparado. Amanhã eu vou falar com o Caburé e descobrir o que que ele vai fazer a respeito. A cabeça dele na reta é a nossa também, dependendo do que tá rolando. — Falei, passando a mão na cabeça. Era foda. — Vai pra casa, irmão. Vai ficar com a tua família. — Mandei, apertando a mão dele.
— Valeu então, parceiro. Qualquer coisa só chamar. — Falou. Ele se despediu de mim e da Nina e meteu o pé. Ficamos só nós dois, então. Ela parecia meio xoxa também, preocupada que nem o TK, mas tinha alguma coisa a mais. Eu ia até perguntar, mas eu tava puto com ela também. Queria ficar de boa, sozinho, na minha casa aquele resto de Domingo. Eu tinha muita coisa pra pensar, principalmente porque amanhã eu tinha que ter alguma coisa pra falar pro Caburé.
— Conheci teu filho. — Falou pra mim e eu parei, virando a cara pra ela na hora.
— Conheceu meu filho como? Se ele não mora aqui?
— Ele tá na tua casa agora. Tua fiel deixou ele lá hoje de manhã. — Ela disse e eu vi a porra do desafio nos olhos dela. Respirei fundo e dei as costas pra ela.
— Não me deixa puto hoje, na boa.
— Ei, eu tô falando sério. Ela realmente deixou seu filho lá com a Ma... Ma... — Gaguejou, pensando no nome.
— Madalena.
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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...