— Po, Barbás... — Ela comprimiu os lábios e desviou o olhar. Já sabia ai bem qual era... — Os nossos amigos tem certeza que ela tava com o Parma e o Mandarim. Túlio ouviu falando dela, ouviu o pai ligando pra ela. A Nina não foi nem pra delegacia que nem a gente, nem anotação, nem conferiram os antecedentes dela, nada. Deixaram ela no hospital, pelo que eu fiquei sabendo. O Mandarim continua fechado com o Parma, ela tava no Galo. Agora, tá fora do país porque os amigo tão putos com ela. — Contou tudo o que eu já imaginava. Joguei minhas costas contra o encosto da cadeira e olhei pro alto. Difícil de engolir que eu tinha sido traído pela mulher que eu amava. Até agora eu não sabia direito o que pensar. — Pra segurança dela, ela meteu o pé. Por ela e pelo bebê, né?!
— Que bebê, Larissa... — Neguei com a cabeça. Eu tava ficando cético de tudo aqui na tranca. Também... agora era foda de acreditar em qualquer coisa que ela tivesse me dito, eu não sabia mais o que era verdade ou mentira. — Sei nem se essa porra ai procede mesmo.
— É, eu não tenho como te confirmar nada. A verdade é que a gente não sabe nem se ela fez tudo o que tão falando mesmo, po. Imagine sobre a gravidez. — Deu de ombros. — Sei lá, quando tu sair tu procura saber a verdade. Conversar com ela, sei lá...
Eu ri. Não tinha mais o que fazer. Cruzei os braços de novo, rindo e olhando pro teto. Ela tava me zoando, porra? Fiquei ali achando graça da situação. Na verdade, não tinha humor nenhum naquela risada, só um misto de incredulidade, com raiva e decepção. Eu me sentia enganado, apunhalado pelas costas e porra... eu não conseguia me impedir de sempre ficar em dúvida sobre ela. Era possível que tudo o que a gente tinha vivido tinha sido mentira da parte dela? Eu não acreditava nisso. Quando foi a porra do momento em que ela tinha escolhido se virar contra mim e me foder do jeito mais baixo que existia? Irmão, eu precisava de resposta sobre isso ou eu ia ficar maluco ali dentro. Não dava pra confiar em mais nada, não dava pra saber o que tinha sido de verdade e o que não tinha...
— Fica bem ai, Barbás. PJL. — Falou, botando uma mão no vidro e saindo depois. O advogado que ia me defender entrou depois e falou sobre a pena. Eu não tava nem um pouco concentrado naquele papo, mas consegui captar a mesma informação que a Larissa me deu antes. 3 anos na tranca, no mínimo.
Tranquilidade, irmão. Pro que não tinha remédio, remediado tava. Eu tinha que dar graças a Deus que no fechado ia ser pouco tempo até... podia ter sido muito pior. O Advogado me levou um maço de cigarro e isqueiro, avisando que era um fortalecimento dos meus irmãos de batalha. Voltei pra minha cela e fui pra janela, só querendo fumar umzinho pra desestressar.
De uma coisa eu sabia. Se o objetivo era me derrubar, era melhor ter mandado me dar um tiro. Cadeia não era a morte, muito pelo contrário, eu ia sair dali muito pior do que eu tinha entrado. 3 anos pensando era tempo pra caralho. A hora que a liberdade cantasse pra mim, eu ia colocar todos os pingos no is e a minha vida no lugar. Eu ainda ia voltar pra casa e era bom nego já ir guardando as lágrimas pra esse dia.
É, meus irmãos... a volta vai ser triste.
E quando chegar, não vai adianta chorar.
Paz, justiça e liberdade.
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Amor na Guerra
Romanceㅤㅤ ㅤ"Geral quer ser rei, conspiram pro tempo que não espera. Impérios caem com novos reis, os tempos passam a ser de guerra." MC Marechal ㅤㅤ ㅤO sonho do moleque é ser chefe, o do vapor, do gerente e do segurança também é. O sonho do chefe é sobreviv...